Carnaval de Todos garantiu a diversidade de ritmos para agradar aos foliões
Com 30 apresentações distribuídas em cinco dias de folia, os grupos afros chamaram a atenção dos foliões, tanto no circuito Deodoro/João Lisboa (Centro), quanto na Vila Gracinha/Saudade (Madre Deus). No Carnaval de Todos Juntos fazemos a festa, promovido pelo Governo do Estado e Prefeitura de São Luís, estes grupos receberam apoio para realizar apresentações que encantaram e contagiaram o público.
A variedade de ritmos e o incentivo a apresentações locais foram definidas pela Secretaria de Estado da Cultura (Secma) como uma forma de promover uma programação diversidade contemplando a riqueza da cultura maranhense, uma determinação do governador Flávio Dino. Para a secretária adjunta de Cultura Popular, Creuzamar de Pinho, os blocos afros proporcionam além de diversão, conhecimento sobre o que ela chama de africanidade.
É uma grande oportunidade que os blocos afros estão tendo, de mostrar o seu trabalho. Também sou participante de grupo afro, e afirmo que o segmento está contente com esta abertura de espaço para os novos e antigos blocos durante o carnaval. O Governo está investindo para que os blocos afros tenham oportunidade de se manifestar afirmou.
Africanidade na avenida, e história viva da resistência e luta dos negros no Maranhão, o bloco Akomabu foi uma das atrações de domingo (15). Com mais de 30 anos de existência, o bloco, que surgiu como uma manifestação do Centro de Cultura Negra, arrastou um público de cerca de 3 mil pessoas na Vila Gracinha/Saudade.
Estreante no carnaval de rua, o jovem brincante Wallyson Bruno, 19 anos, afirmou que a divulgação faz despertar o interesse de novos integrantes. Para ele, estar na programação oficial do carnaval é uma oportunidade única de mostrar o trabalho do grupo afro. Quanto mais espaço os blocos tiverem, maior será o interesse dos jovens em participar deles. Eu, por exemplo, entrei no bloco após assistir algumas reportagens na televisão e comecei a pesquisar sobre o assunto. Cheguei aqui e resolvi ficar, fazer parte do bloco, disse o integrante do bloco afro Akomabu.
Inclusão
Além de temas que envolvem a luta pelos direitos dos negros – defendidos pelos blocos afros -, bandeiras como inclusão, também, são levantadas por outros grupos organizados durante o Carnaval de Todos, como o Bloco Tradicional da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), que com mais de 17 anos de existência, mostra que a folia carnavalesca precisa ser feita por todos e para todos.
Quando, por algum motivo, não nos apresentamos, eles ficam desapontados. Dentro da programação de carnaval, o nosso grupo socializa, se diverte e o mais importante: promovemos a inclusão deles, com segurança e muita alegria. É na troca existente entre os 75 brincantes e o público que interage que percebemos a importância dessa inclusão, ressaltou a assistente social Clarice da Cruz Paiva.
O biomédico Arismar Almeida Tavares, 31 anos, conferiu pela primeira vez a performance do Bloco Tradicional da Apae, na Madre Deus, ficou admirado. Trabalhos como este vão ao encontro do verdadeiro motivo do carnaval, que é a confraternização. A iniciativa da Apae está de parabéns, assim como o Governo e a Prefeitura que apoiam este bloco, disse.
Agência SECOM – Fotos/Antônio Martins