A Polícia Federal entregou ao presidente Michel Temer, nesta segunda-feira (5), 84 perguntas relacionadas à delação da JBS, na qual o peemedebista é citado e é alvo de investigação por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa no Supremo Tribunal Federal (STF), após vir à tona gravação de uma conversa com o empresário Joesley Batista.
Na semana passada, a defesa de Temer havia pedido que o depoimento só ocorresse após o resultado da perícia da gravação, que vem sendo realizada pela própria PF, mas o relator da Lava Jato no Supremo, ministro Edson Fachin, negou o recurso, argumentando que não pode vetar perguntas da investigação e que é um direito do peemedebista responder ou não aos questionamentos.
Temer é investigado no STF por corrupção, obstrução de Justiça e organização criminosa
Na última terça-feira (30), Fachin autorizou a PF a enviar perguntas por escrito ao presidente e estabeleceu prazo de 24 horas para que elas fossem respondidas, após o recebimento. O áudio da conversa entre Temer e Joesley tem cerca de 40 minutos. Na gravação, Temer e o dono da JBS conversam sobre o cenário político e econômico e também acerca da situação do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato.
Ao oferecer denúncia ao STF, que aceitou e abriu inquérito, a Procuradoria-Geral da República sustentou que Temer deu aval para que Joesley mantivesse uma mesa a Eduardo Cunha (PMDB) em troca do silêncio do ex-deputados. Posteriormente à conversa, a Polícia Federal flagrou o ex-deputado e ex-assessor de Temer, Rodrigo Rocha Loures (PMDB), recebendo uma mala com R$ 500 mil das mãos de um representante da JBS. Loures foi preso no último sábado (3) e é apontado como o intermediário do presidente da República na negociação.