Comandante do Exército cria associação de defesa da corporação em meio ao escândalo das joias

Com imagem manchada por Bolsonaro, general Tomás Paiva tenta unir a corporação

Comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva (Foto: Reprodução)

Por Victor Nunes/DCM

O comandante do Exército, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, após o levante de críticas nas redes sociais e das investigações da Polícia Federal (PF) e da CPMI do dia 8 de Janeiro, emitiu uma ordem para afastar possíveis divisões internas e combater as críticas e ataques que o militarismo brasileiro vem sofrendo.

Tomás criou um grupo de trabalho que contará com a participação de coronéis e de generais para obter mais recursos para os sistemas de Saúde e de Colégios Militares e para moradias de famílias de membros do Exército.

O grupo também trabalhará para fortalecer a imagem e a reputação da Força, além de “buscar a ampliação de recursos orçamentários, por meio de créditos adicionais, emendas parlamentares, convênios com ministérios e outras parcerias de interesse do Exército”.

“Minha intenção é orientar, com oportunidade, por intermédio de articulação sinérgica, as ações a serem desenvolvidas pelo Exército, em diferentes níveis, para continuar o processo de fortalecimento da coesão interna, valorizando a Família Militar (…)”, disse o general já no início da ordem apresentada por ele.

As principais fontes dos desgastes da ala militar brasileira são relacionadas ao apoio dado por militares ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ao envolvimento de alguns deles com esquemas supostamente fraudulentos que hoje são investigados pela Polícia Federal.

Por meio dessas diretrizes, Tomás busca selecionar duas questões identificadas pela liderança do Exército, segundo generais entrevistados pela Folha.

O primeiro desafio reside internamente. Diante do envolvimento de diversos militares em esquemas com Bolsonaro, agravado pela insatisfação de parte dos quadros militares devido à vitória eleitoral de Lula (PT), a alta cúpula do Exército reconheceu a necessidade de elevar o nível de contentamento das tropas.

O segundo problema é de natureza externa. De acordo com líderes militares, a imagem da instituição tem sofrido deterioração devido a atos ilícitos e posicionamentos públicos de oficiais que não representam condignamente o Exército. Casos como o do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que permanece detido há mais de 3 meses, e do coronel Jean Lawand, que incitou ações contra o governo Lula, ilustram essa situação.

Lula chega à África do Sul para 15ª Cúpula do Brics

Presidente brasileiro visitará também Angola e São Tomé e Príncipe

(Foto: Ricardo Stukhert/PR)

Por Pedro Peduzzi – Repórter da Agência Brasil – Joanesburgo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou, no início da manhã desta segunda feira (21) em Joanesburgo, África do Sul, onde participará, entre os dias 22 e 24, da 15ª Cúpula do Brics – bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Segundo o Ministério das Relações Exteriores, está prevista a participação de 40 chefes de Estado ou de Governo dos continentes africanos e asiático, além de América Latina e Oriente Médio. Todos com presença já confirmada para esta que será a primeira reunião presencial pós pandemia.

Dos países do bloco, estarão presentes os presidentes Lula (Brasil), Cyril Ramaphosa (África do Sul) e Xi Jinping (China), e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota.

De acordo com o Itamaraty, 22 países já manifestaram formalmente interesse em integrar o Brics. A definição de critérios e princípios para a entrada de novos integrantes no bloco será um dos assuntos a serem debatidos durante a reunião de cúpula.

Outra questão a ser discutida pelo grupo será sobre os planos para o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) – o Banco do Brics – relativo ao uso de moedas locais ou de uma eventual unidade de referência do Brics para transações comerciais.

“É provável que haja algum resultado nessa área”, disse o secretário de Ásia e Pacífico do Itamaraty, Eduardo Paes Saboia, semana passada durante briefing do Itamaraty sobre a viagem. Segundo ele, este é um ativo muito importante do bloco.

Saboia disse que a guerra entre Rússia e Ucrânia também deverá ser discutida, mas apenas internamente durante o chamado “retiro”, quando os chefes de Estado e de governo do Brics se encontrarão de forma fechada. “Certamente o tema será discutido de forma mais aprofundada do que [deverá constar] na declaração [ao fim do evento]”.

Nos dias 25 e 26, Lula irá para a capital de Angola, Luanda, onde será recebido pelo presidente João Lourenço, com quem terá uma reunião privada e outra ampliada no primeiro dia da visita. A cooperação bilateral e o reforço das ligações históricas serão os principais temas da visita de Lula a Angola.

Lula também irá à Assembleia Nacional de Angola para participar de um seminário, onde falará sobre projeto no Vale do Cunene, e de um evento empresarial que deverá ter a presença de cerca de 60 empresários brasileiros. Além disso, estão previstas as assinaturas de atos e memorandos nas áreas de agricultura, processamento de dados, saúde e educação.

No domingo (27), o presidente Lula irá a São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe, para participar da 14ª Conferência de Chefes de Estado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), entidade que tem como membros Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

Após Bolsonaro falar em estratégia “camicase”, Mauro Cid recua de delação

Advogado reverte declarações anteriores e nega que Mauro Cid entregará Bolsonaro no caso das joias desviadas da Presidência da República

Mauro Cid (à esq.), Jair Bolsonaro e joias dadas ao Brasil                                           (Foto: Marcos Corrêa/PR | Reprodução | Reuters)

Brasil 247 – Menos de 24 horas após confirmar à imprensa que o tenente-coronel Mauro Cid faria delação apontando Jair Bolsonaro (PL) como chefe do esquema de roubo de joias valiosas recebidas pela Presidência da República, o advogado do militar, Cezar Bitencourt, sinalizou um recuo e declarou não ter mencionado transações relacionadas às joias na matéria publicada pela Veja.

O recuo do advogado vem após Jair Bolsonaro (PL), depois de saber que seria apontado como o mandante da venda de joias, ter chamado em tom ameaçador  a estratégia de seu ex-ajudante de ordens de “camicase”. Em conversa com o jornalista Tulio Amancio, da Band, Bolsonaro negou veementemente as acusações de recebimento de dinheiro de Mauro Cid e descartou qualquer responsabilidade por instruir a venda de presentes de luxo.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, em uma mensagem enviada à redação na madrugada desta sexta-feira (18), Bitencourt afirmou: “não tem nada a ver com joias! Isso foi erro da Veja não se falou em joias [sic]”.

A revista Veja, citada pelo advogado, publicou na noite de quinta-feira (17) que Mauro Cid tinha decidido confessar que havia vendido joias nos Estados Unidos a pedido de Bolsonaro. A reportagem informou ainda que o ex-ajudante de ordens da Presidência iria afirmar que os fundos arrecadados foram direcionados a Bolsonaro, configurando crimes de peculato e lavagem de dinheiro.

Ainda de acordo com a reportagem, Bitencourt, além de reiterar o novo enfoque da defesa a outros veículos de imprensa, também explicou a mudança: “a questão é que isso pode ser caracterizado também como contrabando. Tem a internalização do dinheiro e crime contra o sistema financeiro”. Ele prosseguiu, afirmando: “mas o dinheiro era do Bolsonaro”.

A defesa de Cid passou a ser liderada por Bitencourt na última terça-feira (15). No dia seguinte, o advogado sinalizou que a estratégia seria mostrar que o tenente-coronel estava seguindo ordens, mesmo que “ilegais e injustas”. Em uma entrevista à GloboNews, Bitencourt ressaltou a importância da obediência hierárquica para militares, argumentando que obedecer a um superior é fundamental para um integrante das Forças Armadas.

Atoleiro da Rua do Botafogo é mais um sinal de abandono da atual administração

Condutores de veículos para fugir do atoleiro trafegam na mão contrária

Logo no início da Rua do Botafogo, no bairro Conceição, um bom trecho da sua lateral está sem condições de trânsito. Essa via – fora a Avenida Paulo Ramos – é a que mais já recebeu atenção das administrações de Araioses, porém os serviços de reforma que foram feitos não têm longa duração e logo os problemas estão de volta.

A atual situação – que já duram meses – da rua é a mais uma clara demonstração de abandono que a cidade vive e que parece não ter fim.

A Rua do Botafogo é uma das vias mais movimentadas de Araioses e assim como as demais precisa de reforma de sua pavimentação, em praticamente todo o seu percurso.

Até quando vamos conviver com esses abandonos?

Tenente da PM é o autor do duplo crime com morte em padaria no Araçagi

O tenente Leandro está com prisão preventiva decretada e foragido

Por Gilberto Lima

Um tenente da Polícia Militar do Maranhão foi o homem que baleou duas pessoas no interior de uma padaria no Aracagy Center, na madrugada do último sábado (12).

O autor do crime foi identificado como Leandro Maluf Gomes. Ele teve prisão preventiva decretada pelo juiz Rogério Pelegrini Tognon Rondon, titular da 1ª Central de Inquéritos e Custódia, e está sendo procurado pela polícia.

Uma das vítimas, José Antônio Rodrigues Cordeiro, 37 anos, conhecido como “Kiko”, recebeu um tiro nas costas e faleceu num hospital de São Luís.

A outra vítima, Josefina França Lima dos Santos, também de 37 anos, baleada em uma das coxas, está fora de perigo.

O acusado possui várias ocorrências de ameaças, violência doméstica e já foi preso por dirigir embriagado.

O crime

Por volta de 5h da madrugada de sábado (12), algumas pessoas estavam na panificadora, quando chegou o tenente Leandro Gomes, iniciando, “do nada”, uma discussão com Elton Ramos dos Santos.

No auge da confusão, sacou uma pistola e fez disparos no intuito de intimidar Elton, mas errou e atingiu as duas vítimas, que nada tinham a ver com a confusão. Depois disso, o militar fugiu em uma caminhonete branca, de placas não identificadas.

Felipe Camarão recebe comissão de educação da Assembleia Legislativa

(Foto: Divulgação)

Por Zeca Soares

O governador em exercício, Felipe Camarão, debateu ações em prol da educação durante a tarde desta quinta-feira (17) com membros da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema). Na ocasião, os parlamentares se colocaram à disposição da gestão estadual para auxiliar nas pautas que forem possíveis, como a mobilização dos municípios maranhenses na adesão ao Pacto para Retomada de Obras da Educação, lançado em junho deste ano pelo Ministério da Educação.

“Eu estou continuando aquilo que o governador Carlos Brandão sempre prega que é a união, o trabalho conjunto e harmonioso entre o Executivo e o Legislativo. Hoje conversamos sobre uma missão à China e que nós iremos convidar formalmente o parlamento estadual para se fazer presente; tratamos sobre escolas de tempo integral para comunidades quilombolas e indígenas; e obras inacabadas de escolas, muitas são municipais, e a Assembleia Legislativa manifestou interesse de ajudar as prefeituras”, informou Felipe Camarão.

O governador em exercício destacou que, durante agenda institucional na próxima semana em Brasília, vai ressaltar junto ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) a solicitação do governador Carlos Brandão e do ministro da Educação, Camilo Santana, para a vinda de uma equipe técnica do FNDE ao Maranhão para orientar e esclarecer dúvidas dos gestores municipais sobre o Pacto para Retomada de Obras da Educação. A mobilização das prefeituras contará com o apoio da Alema e da Federação dos Municípios do Estado do Maranhão (Famem).

O deputado estadual Ricardo Arruda, presidente da Comissão de Educação da Alema, destacou a abertura da gestão estadual para o diálogo e a união em benefício da população maranhense.

“É um momento muito oportuno e uma satisfação muito grande estar aqui com o governador em exercício Felipe Camarão. A Comissão de Educação sempre teve um diálogo muito produtivo com a gestão estadual e interagimos buscando melhorias para a educação em todo estado, então hoje fazemos essa visita de cortesia e também trouxemos pautas que já são de conhecimento do governador em exercício para que o Maranhão possa avançar cada vez mais”, destacou o parlamentar.

A reunião foi realizada na Sala de Reunião do Palácio dos Leões e também contou com a participação dos deputados estaduais Carlos Lula, Hemetério Weba e Júlio Mendonça.

Ciro Nogueira volta a ameaçar Fufuca: “Se assumir ministério, será afastado de todas as decisões do PP”

Por John Cutrim

O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira, voltou a ameaçar o deputado André Fufuca (PP; foto) para desestimulá-lo a assumir um ministério na Esplanada de Lula (PT).

“Se André Fufuca assumir ministério, ele será afastado de todas as decisões do PP”, disse Ciro Nogueira em entrevista à CBN nesta quinta-feira (17).

Ele fizera a mesma ameaça em declaração à CNN Brasil no início de agosto.

Fufuca e o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos) são cotados há meses para encabeçarem a reforma ministerial deste segundo semestre, que deve sacramentar a entrada do Centrão no governo.

Lula e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), tinham reunião prevista para a noite de ontem, quarta-feira (16), para tratar das trocas nos ministérios.

O único impasse para a entrada é a definição de qual ministério cada um assumirá.

Ainda em julho, o líder governista na Câmara, deputado José Guimarães (PT), afirmou que a entrada de Fufuca e Costa Filho estava “consolidada”. Na época, os dois deputados do Centrão havia se reunido também com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT).

Delgatti prestará novo depoimento à PF nesta sexta-feira

Advogado não confirmou horário de nova oitiva

(Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

Por Agência Brasil* – Brasília

O hacker Walter Delgatti Netto prestará novo depoimento à Polícia Federal nesta sexta-feira (18). À Rádio Nacional, o advogado do hacker, Ariovaldo Moreira, confirmou a convocação e afirmou que os esclarecimentos serão prestados na sede da PF, em Brasília. Ele, entretanto, não confirmou o horário da nova oitiva.

Na última quarta-feira (16), ele prestou depoimento à corporação afirmando que recebeu R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) para invadir sistemas do Judiciário brasileiro e inserir falsos documentos e alvarás de soltura. A deputada nega as acusações.

Hoje, o hacker compareceu à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de janeiro e afirmou que recebeu do ex-presidente Jair Bolsonaro a promessa de indulto caso assumisse a autoria de um suposto grampo contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O indulto significa o perdão da pena, efetivado mediante decreto presidencial.

*Colaborou Gésio Passos, da Rádio Nacional 

Cid decide confessar e apontará Bolsonaro como mandante no caso das joias

Fim de linha: ex-ajudante de ordens vai admitir que vendeu joias nos EUA, transferiu o dinheiro ilegalmente para o Brasil e o entregou em espécie para o ex-presidente

Tenente-coronel Mauro Cid. Foto: Bruno Spada

Por Caroline Saiter/DCM

O tenente-coronel Mauro Cid, que está preso preventivamente há três meses em uma cela do Batalhão de Polícia do Exército, em Brasília, decidiu acabar com o silêncio e irá confessar. A confissão foi confirmada a Veja pelo advogado Cezar Bittencourt, que representa o militar.

O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso depois que a Polícia Federal (PF) descobriu que ele falsificou cartões de vacinação dele, de sua família e do próprio ex-mandatário.

As investigações, no entanto, prosseguiram e no telefone do militar foi encontrado o roteiro de um plano golpista para anular o resultado das eleições de 2022. O militar ainda está envolvido no esquema de negociações de joias e presentes que Bolsonaro recebeu de delegações estrangeiras durante o seu mandato.

No caso dos presentes, Cid vai confirmar que participou da venda das joias nos Estados Unidos, providenciou a transferência do dinheiro para o Brasil e o entregou a Bolsonaro — em espécie. Entretanto, o tenente-coronel não vai assumir sozinho a responsabilidade.

Cid vai dizer às autoridades que fez tudo isso cumprindo ordens diretas do então presidente da República, que seria o mandante do esquema.

Mauro Cid e Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado

“A relação de subordinação na iniciativa privada é uma coisa. O funcionário pode cumprir ou não. No funcionalismo público, é diferente. Em se tratando de um militar, essa subordinação é muito maior”, explicou o advogado de Cid.

Bittencourt afirmou que pretende se reunir com o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para tratar da confissão. Segundo o advogado, a confissão servirá de atenuante na hora da definição da pena de seu cliente.

A confissão agravará a situação do ex-presidente, que ainda não aparece como investigado no caso, apesar de a PF sugerir que ele é o beneficiário final do esquema que surrupiou joias do acervo da Presidência da República.

A defesa de Bolsonaro, por sua vez, nega que o ex-presidente tenha se apropriado ou desviado “quaisquer bens públicos”.

Novo PAC: obras de rodovias e ferrovias têm investimento de R$ 280 bilhões

Ministério dos Transportes apresentou os destaques regionais do programa nesta quarta-feira (16/8). Expectativa é que intervenções gerem mais de 1 milhão de empregos até 2026

Destaques regionais no setor de Transportes incluídos no novo PAC foram detalhados nesta quarta (16/8) – Foto: Marcio Ferreira/MT

A infraestrutura de transportes do país será incrementada com cerca de 300 projetos de rodovias e ferrovias incluídos no novo PAC. No total, estão previstos no programa R$ 280 bilhões para o setor, sendo R$ 79 bilhões em recursos do Orçamento Geral da União e R$ 201 bilhões em investimentos privados, que incluem concessões existentes e novas. A expectativa é de que somente as obras de rodovias e ferrovias gerem mais de 1 milhão de empregos até 2026.

“Fizemos um esforço para abrir um espaço fiscal para investimento, e esse espaço está sendo ocupado por uma seleção de obras. É isso o que significa a obra estar no PAC: garantia de recursos para seguir adiante, com seu cronograma físico-financeiro em dia”, explicou o ministro, nesta quarta-feira (16/8), em coletiva de imprensa para detalhar os destaques regionais no setor de Transportes incluídos no novo PAC.

Renan Filho citou medidas do Governo Federal para a retomada dos investimentos, como a Emenda Constitucional nº 126/2022, a EC do Bolsa Família, que aumentou o orçamento previsto para o setor em 2023; a possibilidade de renegociação de contratos de concessão junto ao Tribunal de Contas da União (TCU); o arcabouço fiscal apresentado pelo Executivo ao Congresso Nacional; e a própria criação do novo PAC, como forma de definir as prioridades para o setor.

DETALHAMENTO – Do total de R$ 280 bilhões previstos no novo PAC para o setor de transportes, R$ 185,8 bilhões são destinados a rodovias, incluindo investimento em obras públicas, estudos e concessões, além da manutenção de toda a malha rodoviária do país. Desse montante, R$ 73 bilhões são recursos públicos e R$ 112,8 bilhões, investimentos privados. Do total de empreendimentos, há 167 obras e 113 projetos para iniciar novas construções.

Já as ferrovias, fundamentais para equilibrar a matriz de transportes e aumentar a competitividade do país, somam R$ 94,2 bilhões em investimentos – R$ 6 bilhões em recursos públicos e R$ 88,2 bilhões em investimento privado.

“A inclusão no PAC permitirá o desenvolvimento de novas obras, mas também a retomada daquelas que estão paralisadas ou inacabadas, como é o caso da duplicação da BR-101/BA na divisa de Sergipe até Feira de Santana (BA), ou como a BR-230/PA, a Transamazônica. Obras que se arrastam por muitos anos pela falta de recursos”, avaliou o ministro dos Transportes.

NAS REGIÕES – O planejamento do novo PAC para a região Norte prevê R$ 21,3 bilhões em investimentos públicos e privados. Entre os destaques, está a construção da ponte internacional da Guajará-Mirim, na BR-425/RO, que facilitará a ligação de Rondônia com a Bolívia. A estimativa é que sejam aportados cerca de R$ 300 milhões no empreendimento.

No Centro-Oeste, onde estão previstos R$ 46,3 bilhões, a construção da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico 1) aumentará a conectividade entre os estados, fomentando a economia e o escoamento da produção agropecuária regional.

Ainda no modal ferroviário, a inclusão do trecho entre Salgueiro e Suape no projeto da Transnordestina impulsionará o desenvolvimento de Pernambuco. O total de investimentos para o Nordeste é de R$ 49,1 bilhões. Entre os empreendimentos rodoviários, destaque para a conclusão da duplicação da BR-101/SE, demanda histórica da população de Sergipe.

O maior volume de recursos está no Sudeste, R$ 96,1 bilhões, sendo a maior parte em investimentos de concessões existentes e novos editais previstos, como a BR-381/MG, de Belo Horizonte a Governador Valadares, com leilão marcado para 24 de novembro; e a concessão da BR-040, no trecho que liga o Rio de Janeiro (RJ) a Juiz de Fora (MG).

No Sul, onde estão previstos R$ 57,8 bilhões em recursos, destaque para a obra do contorno viário de Florianópolis, na BR-101/SC, maior obra de infraestrutura rodoviária do país. O projeto é executado com recursos privados e dará fluidez ao trânsito na região, uma vez que desviará o tráfego de longa distância do eixo principal da rodovia.

O NOVO PAC – Lançado em 11 de agosto, o novo PAC veio para incrementar investimento, garantir infraestrutura econômica, social e urbana, melhorar a competitividade do país e gerar emprego e renda. No total, são estimados investimentos públicos e privados da ordem de R$ 1,7 trilhão, com cerca de 4 milhões de empregos gerados em todos os eixos do programa.

Fonte: Secom/PR

Lula contesta fake news da Folha sobre sua relação com Flávio Dino

“Não estou nada irritado com Flávio Dino. Seria o que eu teria dito para a Folha se ela tivesse me perguntado”, disparou o presidente

Flávio Dino e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Brasil 247 – O presidente Lula (PT) deu uma resposta dura à Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (16) pelo Twitter após publicação de matéria que diz: “Lula se irrita com Dino após operação da PF sobre joias de Bolsonaro ofuscar PAC”.

No entanto, Lula disse estar satisfeito com o trabalho do ministro e ainda revelou que não foi procurado pelo jornal para expor seu lado: “não estou nada irritado com Flávio Dino. Pelo contrário, ele tem feito um excelente trabalho. Seria o que eu teria dito para a Folha se ela tivesse me perguntado sobre o assunto”.

A reportagem da Folha sugere que o presidente teria ficado irritado com o ministro da Justiça por conta da “ruidosa operação da Polícia Federal que mirou o esquema de venda e recompra de joias do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ter ofuscado na última sexta-feira (11) a festa de lançamento do Novo PAC”.

Enquanto Barreirinhas tem rápido crescimento Araioses patina

(Os gestores de Barreirinhas investiu no turismo para alavancar o crescimento da cidade – Foto: Reprodução)

Conheci a cidade de Barreirinhas em 1989. Era uma cidade muito pobre de difícil tendo que vencer mais de 100 km de uma estrada com atoleiros de areia. Era Léo Costa era o prefeito, ainda no início de seu mandato.

Se comparado com Araioses, em que pese nosso município ser um dos mais pobres do Maranhão, assim mesmo era menos subdesenvolvido do que Barreirinhas. Com Léo Costa no comando daquela prefeitura as coisas começaram a mudar para melhor.

Léo além de bom administrador era também um bom vendedor, pois ele passou a vender – com muita eficiência – o patrimônio turístico da cidade, que logo chamou a atenção de empresários do setor e políticos do Maranhão.

Com o aval de Sarney a BR-402 foi construída e com isso o isolamento da cidade teve fim. Até a Globo viu nos Lençóis Maranhenses – patrimônio turístico daquele lugar – o cenário ideal para suas novelas.

Enquanto isso, Barreirinhas crescia e Araioses patinava. O município se nas fosse os investimentos do governo Lula, como Luz para Todos e a injeção de recursos através de programas sociais estava pouco diferente do que já foi.

Os administradores de Barreirinhas souberam explorar seus recursos turísticos, incentivaram a economia e lutaram pela infraestrutura do município que lhe proporcionou muito crescimento.

Já por aqui os administradores nada fizeram para alavancar o nosso potencial turístico, mesmo sendo enorme e diferente do de Barreirinhas.

Temos mais potencial para crescer do que teve Barreirinhas porque além do turismo temos terras férteis para a produção agrícola, somos os maiores produtores de caranguejo da região e nossa bacia leiteira está acima de todas.

Nada ganhamos com isso, porque o destino de nossas riquezas é Parnaíba no Piauí.

Menos é claro a que foi para o bolso dos administradores, para seus familiares e amigos.

Podemos mudar isso? Podemos sim, mas não vai ser tarefa fácil.

Lula é aprovado por seis a cada dez brasileiros, diz pesquisa Genial/Quaest

Aprovação do presidente é a maior desde o início do mandato; crescimento se deu inclusive entre evangélicos

Lula. .Ricardo Stuckert/PR

Por Julinho Bittencourt

Revista Fórum – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovado por seis em cada dez brasileiros, de acordo com nova pesquisa da série Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (16). O levantamento aponta que Lula é aprovado por 60% do eleitorado, um crescimento de quatro pontos percentuais. A desaprovação, por outro lado, recuou de 40% para 35% no mesmo período.

Este é o melhor momento de Lula desde o início do seu governo. A distância entre os que aprovam e desaprovam aumentou significativamente, passando de 16 pontos em junho para 25 este mês.

Além disso, a avaliação positiva do governo também cresceu, saltando de 37% no último levantamento para 42% neste. Já a avaliação negativa caiu de 27% há dois meses para 24%.

Crescimento no Sul

Lula cresceu na região Sul do país, local onde perdeu para Jair Bolsonaro no segundo turno das eleições por 58,9% a 41,1% dos votos válidos. A aprovação ao presidente na região deu um salto de 11 pontos em apenas dois meses e agora está em 59%.

A região Nordeste continua dando a melhor aprovação para Lula, com 72%, de acordo com a Quaest. A menor aprovação (52%) é no Norte e Centro-Oeste.

Lula cresceu também no eleitorado evangélico, que também votou em sua maioria com Bolsonaro nas últimas eleições. Pela primeira vez desde o início da série histórica da Quaest, a aprovação a Lula nesse segmento religioso superou numericamente a desaprovação, e agora está em 50% a 46%, respectivamente.

Entre o eleitorado mais escolarizado, a aprovação de Lula cresceu de 45% para 53%.

A pesquisa Genial/Quaest foi realizada entre os dias 10 e 14 de agosto com 2.029 entrevistas presenciais com brasileiros com 16 anos ou mais. A margem de erro é estimada em 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Marcha das Margaridas ocupa ruas de Brasília

Conheça lutas e motivações de mulheres participantes

(Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Por Daniella Almeida – Repórter da Agência Brasil – Brasília

Mais de 100 mil mulheres reunidas em Brasília marcham, nesta quarta-feira (16) até o Congresso Nacional, pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver.

Desde o fim de semana até essa terça-feira (15), centenas de ônibus chegaram ao Pavilhão do Parque da Cidade, trazendo as participantes da 7ª Marcha das Margaridas, coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), pelas federações e sindicatos filiados e por 16 organizações parceiras.

Na mobilização política, considerada a maior da América Latina pela Contag, mulheres de todas as regiões do Brasil querem garantir direitos, pôr fim às desigualdades de gênero, classe e étnico-raciais; enfrentar a violência, que muitas vezes ameaças sua vida, e a opressão, simplesmente, por serem mulheres. As pautas delas foram debatidas durante dois anos, em reuniões regionais e nacionais que resultaram em documento divido em 13 eixos políticos. A pauta da Marcha das Margarida 2023 foi entregue ao governo federal em junho.

Essas mulheres, no entanto, têm suas próprias reivindicações. Por isso, deixam suas casas e famílias, viajam dias de ônibus, dormem em colchonetes e redes em um grande alojamento, tomam banho em banheiros coletivos.

A Agência Brasil ouviu histórias das margaridas, que estão em Brasília para marchar e transformar. Conheça suas lutas.

A indígena Gracilda Pereira, da etnia Atikum-Jurema, chegou de Petrolina, em Pernambuco, e cobra os direitos de saúde e educação para a aldeia onde ela vive. “A nossa área da saúde indígena é descoberta. Não temos agente de saúde, não tem médico. Há duas indígenas com curso de enfermagem e elas fazem os primeiros socorros. A unidade mais próxima, quando a gente vai se consultar, é só para urgência. E há também a questão da educação. Os alunos frequentam escolas no município, fora da aldeia. Há um ônibus bem cedo que leva as crianças Tem pessoas também que não sabem ler, nem escrever. São muitas questões, principalmente no Vale do São Francisco.

Brasília (DF), 15/08/2023,  Gracilda Pereira, indígena da Coelho, Aticum-Jurema (Petrolina-Pernambuco), acampada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, para a  7ª Marcha das Margaridas.  Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Brasília (DF), 15/08/2023, Gracilda Pereira, indígena da Coelho, Aticum-Jurema (Petrolina-Pernambuco), acampada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, para a 7ª Marcha das Margaridas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Maria Nazaré Moraes, de Belém, no Pará, é estreante na Marcha das Margaridas. Ela representa uma central de seringueiros, extrativistas e pescadores das ilhas da capital paraense. “É tanta coisa que já era para ter sido feita e até agora nada. Regularização fundiária, uma delas. E para os pescadores, os direitos do seguro defeso que não é dado para todo mundo. Por causa do local, nem todos têm direitos porque não é a água salgada. E Maria, que está alojada em uma rede, entende que isso faz parte da luta. “Enfrento qualquer situação. No chão, na rede, na cama, no mato. É assim que a gente é”.

A lavradora e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira Nova, em Sergipe, Luciana Santos, marcha por mais direitos. “Por mais terra, por mais educação, mais saúde e que as mulheres possam ter mais oportunidades. Infelizmente, tivemos um retrocesso nos últimos quatro anos. Mas, agora, com o governo Lula, que é da democracia, viemos lutar para reconstruir o Brasil juntas, por tantos direitos e tantas perdas que tivemos.

Parque da Cidade, em Brasília, para a 7ª Marcha das Margaridas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Cherry Almeida é uma das lideranças do bloco afro Afoxé Filhas de Gandhy, com 44 anos de existência, em Salvador (BA). A baiana entende que a mobilização é extremamente importante para o empoderamento feminino. “A marcha é, acima de tudo, para a afirmação das mulheres no nosso lugar de poder nessa sociedade. Nós sabemos que as mulheres que estão aqui querem uma sociedade mais justa, mais igualitária, igualdade de oportunidade, querem espaços de poder nessa sociedade. Portanto, precisamos estar juntas, unidas, marchando com o único objetivo da transformação dessa sociedade. E essa marcha é a cara da mulher brasileira”, declara Cherry Almeida

A produtora de eventos e trans Dávila Macarena Minaj, de 25 anos, veio com a mãe, uma agricultora famíliar, de Acará, no Pará. Minaj revela que teve um choque de cultura desde que chegou à capital federal, encontrou pessoas de outros estados e entrou em estandes do pavilhão com diferentes temáticas. Ela marcha por mais respeito à sua sexualidade. “A minha cidade é o lugar onde mais sofro transfobia no mundo. Então, busco o direito de ser diferente e ter direitos iguais.”

Brasília (DF), 15/08/2023, Dávila Macarena Minaj, 25 anos (Acará/Pará), acampada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, para a 7ª Marcha das Margaridas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O pleito da quebradeira de coco Domingas Aurélia Almeida dos Santos em Timbiras, no Maranhão é continuar quebrando o fruto e fazer o beneficiamento dele para garantir a renda da família. “É nosso direito quebrar o coco, livre. As palmeiras estão acabando porque os donos que compram as terras estão matando. E estamos ficando sem coco para quebrar, porque não tem mais palmeira. Nós tiramos lá a palha do coco, o azeite, fazemos sabonete e sabão, tiramos o leite do coco, tudo. Da casca, fazemos o carvão. E o coco acabando fica difícil de sobreviver.

A criadora de conteúdo digital e suplente de um parlamentar de Santa Catarina veio aprender sobre feminismo para atuar melhor em defesa dos direitos femininos. “Vim para me organizar, junto com outras mulheres, escutar as reivindicações das mulheres do campo, das florestas, e saber o que está sendo organizado na América Latina. Estar aqui, presente na marcha, escutar o que elas têm para reivindicar, estar nas oficinas, ouvindo as palestras, tudo o que elas estão trazendo, é extremamente importante pra gente fazer políticas públicas, que sejam realistas”, diz a catarinense Sardá.

Brasília (DF), 15/08/2023, Carolline Sardá (suplente de deputada federal – Psol/SC), no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, para a 7ª Marcha das Margaridas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A agricultora Maria Francisca da Silva Alcântara parou os cuidados com a plantação de arroz e feijão, em Piranhas, Alagoas, para viajar a Brasília. No momento em que descia do ônibus, conversou com a reportagem da Agência Brasil. “Viemos buscar os projetos para as agricultoras que ficaram nas comunidades, para plantar as sementes sem orgânicos. É tudo sem veneno. Força, fé e coragem –  essa é a receita para vencer batalhas.”

A bancária do Paraná, filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Eunice Myamoto, caprichou nos adereços floridos para marchar com as margaridas. Em reunião, em uma tenda, com outras representantes sindicais, Myamoto falou sobre a luta feminina. “Vim ver todas as mulheres que estão aqui atrás desse sonho, em busca de igualdade, dos direitos que temos. Está sendo lindo porque eu vi a energia dessas mulheres Eu vi que a Margarida [Alves] deixou suas semelhantes E estamos fazendo toda essa primavera em Brasília.”

Brasília (DF), 15/08/2023, Eunice Myamoto – bancária (Paraná), acampada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, para a 7ª Marcha das Margaridas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A moradora da Ceilândia, no Distrito Federal, Elisa Cristina Rodrigues, faz parte da União da Juventude Socialista. Aos 19 anos, a estudante lembra que muitas lideranças que hoje estão à frente de entidades que defendem direitos sociais ou estão em posto de comando, começaram em movimentos estudantis, nas décadas de 80. “Quanto mais cedo você se engaja, mais vitórias tem. Dentro do movimento, a gente conhece pessoas que passam por situações muito diferentes. Então, acabamos tendo um olhar mais amplo. Ainda mais no nosso país, que é muito desigual”.

A assentada rural Alcimeire Rocha Morais trouxe o filho de José Pietro, de 6 anos, para conhecer a capital do país e lutar pelo direito à terra. “A gente mora em assentamento. Ainda não tem a terra no nome, mas tem o círculo da terra onde pode trabalhar, criar as coisas da gente, fazer a roça. Só que não temos muita condição para cuidar da terra. Só plantamos as coisas boas e criamos os bichos: galinha, porco. Isso”

Outra trabalhadora do campo, Celeste Gonçalves Barros, de Cândido Mendes, no Maranhão, diz que em sua marcha quer maquinário específico para a pequena produção rural. “Muitas pessoas param até de plantar porque não há condição de trabalhar no braço pesado. Se viessem umas máquinas para ajudar a gente seria muito bom. Só trabalhamos com machado, na foice, no braçal mesmo. Se tivesse máquina, era só revirar a terra, fazer o beneficiamento e plantar. Ficava mais fácil para a gente”.

Palmeirândia, no Maranhão, é a terra de Ana Luísa Costa Lobato. Lá, ela é diretora do Sindicado de Trabalhadores da Agricultura Familiar e valoriza o diálogo do governo federal com a população do campo. “A gente tem esperança que ele [Lula] mude o nosso país. Esse é o governo que a gente colocou lá. E, desde o início, está dando para dialogar. É notório, porque desde as entidades, os movimentos sociais, até com estrangeiros, vemos a diferença do diálogo. E precisa tê-lo para pedir as coisas. Tem que ter conversa”.

Brasília (DF), 15/08/2023, Ana Ana Luísa Costa Lobato, trabalhadora rural, (Palmeirândia – MA), acampada no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, em Brasília, para a 7ª Marcha das Margaridas. Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil – Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A extrativista de coco babaçu Maria José Alves Almeida, de Codó (MA), marcha para ter acesso ao crédito bancário. “A gente tem que ter crédito, pois não consegue acesso. Não temos carro, não temos terra. Trabalhamos no território aleiro. Então, isso nos atrapalha muito. Mas, é importante. É independência. Nesses nossos encontros, já descobrimos que temos uma maneira de acessar. Ainda estamos buscando o conhecimento para passar às companheiras, para que tenham acesso ao crédito do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar].

Essas mulheres estão em marcha nesta quarta-feira, juntamente com mais de 100 mil margaridas em direção à Esplanada dos Ministérios, em um trajeto de aproximadamente seis quilômetros entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o centro do Poder Executivo Federal.

Às 10h30, haverá o ato de encerramento da Marcha das Margaridas, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, em frente ao Congresso Nacional.

As margaridas aguardam anúncios do governo que atendam à pauta de reivindicações da 7ª edição do evento.

Dino assina demissão de policiais envolvidos na morte de Genivaldo

Ministro afirmou, ainda, que determinou que protocolos seguidos pela corporação sejam revisados

Homem morreu asfixiado após ser colocado em porta-malas de viatura                                 (crédito: Reprodução/Vídeo/Rede Sociais)

Por Renato Souza

Correio Braziliense – O ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou, nesta segunda-feira (14), a demissão de três policiais acusados de participação na morte de Genivaldo dos Santos, que faleceu após ser colocado em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e sufocado com gás em Sergipe. O caso ocorreu em 2022 na região de Umbaúba.

Os policiais envolvidos na morte de Genivaldo são Paulo Rodolpho Lima Nascimento, William de Barros Noia e Kleber Nascimento Freitas. No começo deste mês, um relatório interno da PRF já tinha recomendado a demissão dos agentes e a punição de outros dois, com suspensão de 32 e 40 dias, por terem preenchido boletim de ocorrência “sem a devida transparência”.

Um processo com 13 mil páginas foi enviado ao Ministério da Justiça. Com a decisão pela demissão, os policiais são afastados da função pública de maneira definitiva e perdem o direito ao salário e demais benefícios.

O ministro comentou o caso nas redes sociais. “Estou assinando a demissão de 3 policiais rodoviários federais que, em 2022, causaram ilegalmente a morte do senhor Genivaldo, em Sergipe, quando da execução de fiscalização de trânsito. Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas”, declarou.

O ministro também afirmou que pediu a revisão de protocolos policiais. “Estamos trabalhando com estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a lei, melhorando a segurança de todos. Determinei a revisão da doutrina e dos manuais de procedimentos da Polícia Rodoviária Federal, para aprimorar tais instrumentos, eliminando eventuais falhas e lacunas”, completou.