Dilma – “A Falha de S. Paulo” ataca outra vez?

Ex-presidente Dilma Rouseff (Foto: Ricardo Stuckert)

Do blog de Dilma Rousseff – A Folha tem enorme dificuldade de avaliar o passado e, assim, frequentemente erra ao analisar o presente.

Foi por avaliar mal o passado que a empresa até hoje não explicou por que permitiu que alguns de seus veículos de distribuição de jornal dessem suporte às forças de repressão durante a ditadura militar, como afirma o relatório da Comissão Nacional da Verdade.

Foi por não saber julgar o passado com isenção que cometeu a pusilanimidade de chamar de “ditabranda” um regime que cassou, censurou, fechou o Congresso, suspendeu eleições, expulsou centenas de brasileiros do país, prendeu ilegalmente, torturou e matou opositores.

Os erros mais graves da Folha, como estes, não são de boa-fé. São deliberados e eticamente indefensáveis. Quero deixar claro que falo, sobretudo, do grupo econômico Folha, e não de jornalistas.

Quero lembrar, ainda, a publicação, na primeira página, de uma ficha falsificada do Dops, identificada pelo jornal como se fosse minha, e que uma perícia independente mostrou ter sido montada grosseiramente para sustentar acusação falsa de um site fascista. Mesmo desmascarada pela prova de que era uma fraude, a Folha, de forma maliciosa, depois de admitir que errou ao atribuir ao Dops uma ficha obtida na internet, reconheceu que todos os exames indicavam que a ficha era uma montagem, mas insistiu: “sua autenticidade não pôde ser descartada.”

Quem acredita que as redes sociais inventaram as fake news desconhece o que foi feito pela grande imprensa no Brasil – a Folha inclusive. Não é sem motivo que nas redes sociais a Folha ganhou o apelido de “Falha de São Paulo”.

O editorial de hoje da Folha – sob o título “Jair Rousseff” – é um destes atos deliberados de má-fé. É pior do que um erro. É, mais uma vez, a distorção iníqua que confirma o facciosismo do jornal. A junção grosseira e falsificada é feita para forçar uma simetria que não existe e, por isto, ninguém tem direito de fazer, entre uma presidenta democrática e desenvolvimentista e um governante autoritário, de índole neofascista, sustentado pelos neoliberiais – no caso em questão, a Folha.

Todas as afirmações do editorial a respeito do meu governo são fake news. A Folha falsifica a história recente do país, num gesto de desprezo pela memória de seus próprios leitores.

Repisa a falsa acusação de que o meu governo promoveu gastos excessivos, alegação manipulada apenas para sustentar a narrativa midiática e política que levou ao golpe de 2016. Esquece deliberadamente que a crise política provocada pelos golpistas do “quanto pior, melhor” exerceu grande influência, seja sobre a situação econômica, seja sobre a situação fiscal.

A Folha, naquela época, chegou a pedir a minha renúncia, em editorial de primeira página, antes mesmo do julgamento do impeachment. Criava deliberadamente um ambiente de insegurança política, paralisando decisões de investimento, e aprofundando o conflito político. Estranhamente, a Folha jamais pediu o impeachment do golpista Michel Temer, apesar das provas apresentadas contra ele. Também não pediu o impeachment de Bolsonaro, ainda que ele já tenha sido flagrado em inúmeros atos de afronta à Constituição, e o próprio jornal o responsabilize pela gravidade da pandemia. A Folha continua seletiva em seus erros: Falha sempre contra a democracia, e finge apoiá-la com uma campanha bizarra com o bordão “vista-se de amarelo”.

Um país que, em 2014, registrou o índice de desemprego de apenas 4,8%, praticamente pleno emprego, com blindagem internacional assegurada por um recorde de US$ 380 bilhões de reservas, não estava quebrado, como ainda alega a oposição. Na verdade, a destituição da presidenta precisou do endosso da grande mídia para garantir a difusão desta fake news. O meu mandato nem começara e o impeachment já era assunto preferencial da mídia, embalado pelas pautas bombas e a sabotagem do Congresso, dominado por Eduardo Cunha.

Os dados mostram que a “irresponsabilidade fiscal” que me foi atribuída é uma sórdida mentira, falso argumento para sustentar o golpe em curso. Entre 2011 e 2014, as despesas primárias cresceram 3,7% ao ano, menos do que no segundo mandato de FHC (4,1% ao ano), por exemplo. Em 2015, já sob efeito das pautas bombas, houve retração de 2,5% nessas despesas. As dívidas líquida e bruta do setor público chegaram, em meu mandato, a seus menores patamares desde 2000. Mesmo com a elevação, em 2015, para 35,6% e 71,7%, devido à crise que precedeu o golpe, elas ainda eram muito menores que no final do governo de Temer (53,6% e 87%) ou no primeiro ano de Bolsonaro (55,7% e 88,7%).

Logo ao tomar o poder ilegalmente, os golpistas aproveitaram-se de sua maioria no Congresso e do apoio da mídia e do mercado para aprovar a emenda do Teto de Gastos, um dos maiores atentados já cometidos contra o povo brasileiro e a democracia em nossa história, pois, por 20 anos, tirou o povo do Orçamento e também do processo de decisão sobre os gastos públicos. Criou uma “camisa de força” para a economia, barrando o investimento em infraestrutura e os gastos sociais, e “constitucionalizando” o austericídio. O Teto de Gastos bloqueia o Brasil, impede o País de sair da crise gerada pela perversão neoliberal que tomou o poder com o golpe de 2016 e a prisão do ex-presidente Lula. E, a partir da pandemia, tornará ainda mais inviável qualquer saída para o crescimento do emprego, da renda e do desenvolvimento.

Se a intenção da Folha é tutelar e pressionar Bolsonaro para que ele entregue a devastação neoliberal, que tenha pelo menos a dignidade de não falsificar a história recente. Aprenda a avaliar o passado e admita seus erros deliberados, se quiser ter alguma autoridade para analisar um presente sombrio de cuja construção participou diretamente.

DILMA ROUSSEFF

“Não há desculpa possível para o editorial da Folha”

A frase é da antropóloga Rosana Pinheiro Machado, sobre o texto “Jair Rousseff”, que provocou uma onda de indignação nas redes sociais

Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro (Foto: 247 | Reuters)

247 – A antropóloga Rosana Pinheiro Machado, assim como outras personalidades, repudiaram neste sábado (22) no Twitter o editorial do jornal Folha de S. Paulo com o título “Jair Rousseff”.

Para Rosana, mesmo que o editorial trate sobre o teto de gastos, o título do texto “já é passível de repúdio” em razão de juntar os nomes de Jair Bolsonaro, que idolatra o torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, e Dilma Rousseff, que foi vítima das atrocidades do torturador.

“Não assino Folha. Não li o editorial. Mas o título já é passível de repúdio ‘Jair Rousseff’. Pode ser uma discussão sobre teto, mas no fim junta aquele que votou pelo impeachment homenageando um torturador que colocava rato em vagina de presas políticas como Dilma. Não há desculpa possível”, escreveu a antropóloga.

O texto do jornal ainda tenta reforçar a ideia de que Dilma caiu da presidência por ter estourado as contas públicas. Na realidade, a ex-presidente foi alvo de um golpe de estado que teve como objetivo central a tomada de poder pela direita.

Veja outras repercussões:

Argentina reage a aumentos em internet e TV e deixa direita furiosa

Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO

O presidente argentino Alberto Fernández decretou ontem o congelamento de preços dos serviços de telefonia fixa, celular, acesso à internet e TV a cabo até o final do ano e declarou estas atividades essenciais, colocando futuros reajustes condicionados à autorização pública através do Ente Nacional de Comunicaciones do país. Antes, por iniciativa do governo de Maurício Macri, a política de preços era responsabilidade exclusiva das empresas.

A medida foi uma reação aos aumentos – em torno de 10% – anunciados no início do mês pelas operadoras Claro, Movistar e Personal, em plena escalada da pandemia na Argentina.

A oposição macrista saltou em defesa da “liberdade de mercado” e acusou Fernández de estar “estatizando” a telefonia e seguindo um “modelo venezuelano”; Maryleana Méndez, secretária-geral da Associação Interamericana de Empresas de Telecomunicações disse a medida afeta os investimentos realizados por todas as operadoras” e prejudica as futuras expansões dos serviços.

Claro, não faltarão acusações de “comunismo”, mesmo que seja de uma completa insanidade, num quadro de isolamento social, encarecer serviços de comunicação que são a única forma de relacionamento entre pessoas e os meios possíveis para atividades essenciais, como a educação remota.

Aqui, foi preciso que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, falasse grosso com o governo Bolsonaro para deter o alucinado reajuste dos planos de saúde em 25%, que levaria a uma saída ainda maior – já está sendo grande – de usuários destes serviços, sobrecarregando uma rede pública já estressada não só pelo atendimento a centenas de milhares de pessoas infectadas pelo coronavírus mas também pelos meses de restrição de acesso que acumularam consultas, exames e cirurgias suspensas e que, na prática, aumentam o volume de atendimentos nos próximos meses de forma muito expressiva.

Eleições 2020 – Demarcando território

Imagem ilustrativa da Internet

Só após as convecções partidárias – que serão realizadas entre 31 de agosto a 15 de setembro – e do registro das candidaturas é que vamos tomar conhecimento de quantos pretendentes a prefeitura de Araioses vão continuar na disputa.

É bem provável que ao final dessa etapa os que vão continuar na disputa fique entre 6 e 8 candidatos, porém como tem sido tradição nas campanhas eleitorais de Araioses, dois entre esses que não vou citar o nome – mesmo tendo minhas previsões – é que vão polarizar a luta pela prefeitura araiosense.

Embora quem estiver na disputa tem todo o direito de sonhar com a vitória, apenas um sairá vitorioso. Os demais – após o pleito – vão contabilizar os votos, já de olho na eleição de 2022.

Certamente irão apoiar deputados estaduais e federais e os votos que cada um terá na eleição do dia 15, com certeza, pesará nas condições de um provável acordo.

Para esses a eleição de agora será a oportunidade de cada demarcar o seu território, de olho no futuro.

Bolsonaro abriu os cofres ao Centrão e conseguiu manter veto a reajuste de servidores, diz analista

O Congresso manteve nesta quinta-feira (20) o amplo congelamento salarial de servidores públicos até o fim de 2021.

Foto: Sílvia Izquierdo

Por Sputnik News

A medida é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que afirma que permitir a possibilidade de reajuste para algumas carreiras, como policiais, médicos e professores, poderia representar um aumento de despesas entre R$ 98 bilhões e R$ 120 bilhões aos cofres da União, estados e municípios.

A Câmara reverteu a derrota sofrida pelo governo nesta quarta-feira (19) no Senado, que queria desidratar a medida.

Em entrevista à Sputnik Brasil, o cientista político Antônio Marcelo Jackson, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), atribui o sucesso na votação à liberação de verbas para deputados que fazem parte do chamado bloco do Centrão.

“O que fez Bolsonaro foi abrir o cofre, foi liberar uma série de verbas que esses deputados desejavam para suas chamadas bases eleitorais. Todo aquele discurso de dizer que estamos em crise e que não há dinheiro para aumentar o salário dos professores e dos médicos é para ser esquecido. Nessa hora para liberar dinheiro para o Centrão isso é tranquilo para Jair Bolsonaro”, afirmou.

O termo Centrão é o nome genérico dado a partidos políticos de um grupo político informal da Câmara dos Deputados. Tal grupo de partidos costuma se aproximar do governo em períodos distintos em trocas de cargos e verbas governamentais.

https://soundcloud.com/sputnikbrasil/entrevista-com-antonio-marcelo

Ao ser perguntado sobre a articulação política do governo para conseguir aprovar a proposta, Jackson diz que o sucesso na votação é fruto da dedicação de Rodrigo Maia.

“Efetivamente o que está demonstrado desde o início é que não existe uma articulação política, uma relação boa com o Congresso. O que existe é o que nós temos aqui até agora é que parece que o governo não tem necessariamente uma proposta de governo e que, na prática, é o Congresso Nacional que vem pautando as decisões. Particularmente a Câmara dos Deputados, quase como o Rodrigo Maia funcionando como um primeiro-ministro nessa história”, analisou.

O cientista político afirma que Bolsonaro “sempre foi fraco nas duas Casas Legislativas”.

“Base governista é uma expressão quase relativa, quase uma metáfora em se tratando de Jair Bolsonaro”, disse.

Ex-vereador que jogou água quente em esposa se entrega à polícia

Ex-vereador que agrediu esposa se entrega à polícia civil. Foto: Reprodução

Por Walber Oliveira

O Imparcial – Foi preso nesta quinta-feira (20), pela Polícia Civil do Maranhão (PC MA), o ex-vereador de Peritoró, André Coelho. Ele é acusado de agredir a esposa, vereadora Dudu Coelho com água quente, deixando parte do rosto e do corpo queimados.

Um mandado de prisão preventiva foi decretado após o agressor realizar um pedido de responder ao crime em liberdade que foi negado pela Justiça. André Coelho se apresentou na delegacia do município de Peritoró, cerca de 236 km de São Luís.

Segundo a Polícia, o ex-vereador será conduzido ao presídio de Coroatá nesta sexta-feira (21).

Entenda o caso

Foi iniciado um inquérito pela Polícia Civil para investigação do caso que envolveu a vereadora Lionete Silva Araújo Coelho (PTC), conhecida popularmente como “Dudu Coelho”, de 32 anos, no município de Peritoró, a 234 km de São Luís. Ela teve parte do corpo queimado com água quente pelo marido, o ex-vereador André Coelho, durante um desentendimento.

Segundo o delegado Francisco Fontenele, o boletim de ocorrência foi registrado pela vereadora na sexta-feira (14), e que foram solicitadas medidas protetivas de urgência em favor dela. De acordo com o delegado, o suspeito não foi preso devido o prazo de flagrante já ter sido transcorrido na hora do B.O.

Dependendo do andamento das investigações e informações levantadas no inquérito, o ex-vereador pode ser indiciado pelos crimes de lesão corporal ou até tentativa de feminicídio, segundo o delegado. De acordo com a vítima, o agressor já chegou a ameaça-la de morte.

Em um áudio que circula nas redes sociais, o suspeito conta que descobriu um caso extraconjugal pela parte da vereadora, que, segundo ele, mantinha há mais de um ano, com um homem na cidade de Capinzal do Norte. Nos áudios ele confessa ter jogado água quente durante a discussão. Ao tentar se justificar, ele disse que não devia ter cometido tal ato “Não era para eu ter feito isso. Era para ter largado, mandado embora”.

Ministro da Justiça estupra o Direito para agradar ao chefe

Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO

Depois de tomar uma tunda de 9 a 1 no STF, ontem, com o caso do dossiê de arapongagem, o Ministro da Justiça se desmoraliza de novo, hoje, com a intimação feita pela Polícia Federal ao jornalista Hélio Schwartsman, colunista da Folha de S. Paulo, por conta do artigo “Por que torço para que Bolsonaro morra“, publicado no dia 7 de julho.

Qualquer aluno de primeiro ano de direito sabe que a expressão, embora de mau gosto, não é passível de qualificação como crime. Isto é, não constitui sequer calunia ou difamação, nos termos da invocada lei de Segurança Nacional, por imputar ao presidente “fato definido como crime ou fato ofensivo à reputação.”

Morrer, no caso por Covid 19, como se sabe, não é crime e igual não ofende a reputação. Aliás, morrer é das poucas coisas que atenua manchas em reputações no Brasil.

O Dr. André Mendonça sabe que o princípio da legalidade, inscrito no Art. 5° da Constituição – “Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.” -, que repete o Art. 1? do Código Penal.

Torcer para que alguém morra pode ser aziago, mas crime não é, porque é desejo e nem mesmo como incitação ou apologia do crime poderia ser tomado, pois que o desejo era o de morte natural, pelo coronavírus.

Afinal, nada diferente do que o próprio Bolsonaro desejara a Dilma Roussef, ao dizer que esperava que ela tivesse um câncer ou um infarto, em 2015.

Se o desempenho do Dr. Mendonça não fosse o de um sabujo do presidente, mas o de um advogado, teria recomendado a via correta – ainda que dificilmente fosse prosperar – de uma ação cível, por dano moral, alegando que o desejo de morte tinha provocado sofrimento psicológico a Jair Bolsonaro, com direito a fazer uma argumentação melodramática, tendo em vista a sua sensibilidade tocada após as cirurgias perigosas por que passou depois de tal facada.

Por subserviência, rebaixou-se a procurar uma via impossível e ridícula para agradar o chefe e fez o que um estagiário de Direito saberia que está errado.

Qualquer juiz da esquina tranca uma investigação destas na PF e é o que provavelmente vai ocorrer.

Pior, porém, é pensar que um sujeito assim pode ir parar numa cadeira do Supremo, com um poder imenso de torturar o Direito para agradar aos poderosos.

Pelo segundo ano, Márcio Jerry é eleito o melhor deputado do MA no Prêmio Congresso em Foco

Pelo segundo ano consecutivo, Márcio Jerry (PCdoB) foi eleito o deputado federal mais votado da Bancada Maranhense no Prêmio Congresso em Foco. Com votação recorde, a edição 2020 da premiação contou com mais de 2 milhões de votos de internautas, que elegeram os congressistas ‘fichas limpa’ mais atuantes do Brasil.

Os nomes dos vencedores foram anunciados na noite desta quinta-feira (20), em um evento online. A votação foi realizada entre os dias 17 e 31 de julho deste ano, pela internet. Concorreram congressistas que não respondem a inquérito ou ação penal no Supremo Tribunal Federal ou que exerceram o mandato por pelo menos 60 dias no atual ano legislativo.

Cada participante teve a chance de escolher até cinco senadores e até dez deputados federais que mais se destacaram ao longo do ano na defesa da população.

Plano Emergencial de Empregos investe R$ 558 milhões em obras e compras públicas no Maranhão

Governador Flávio Dino anunciou o início do Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado

O governador Flávio Dino anunciou, nesta quinta-feira (20), o início do Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado, que destinará R$ 558 milhões para aquecer a economia maranhense, gerando emprego e renda aos maranhenses entre os meses de agosto e dezembro de 2020.

“O Plano Emergencial Celso Furtado é vinculado a uma luta nacional para que o Governo Federal cumpra o papel que é seu de gestor da política econômica. Representa um esforço de várias fontes de recursos para que nós possamos cumprir o objetivo de zerar o efeito recessivo da pandemia do coronavírus. A nossa meta é gerar mais de 62 mil empregos entre agosto e dezembro deste ano; número de admissões formais semelhante ao alcançado nesse mesmo período, no ano anterior”, assegurou o governador.

Infraestrutura e Educação 

Serão destinados R$ 219 milhões para recuperação e construção de rodovias estaduais, além de ampliação de avenida, reformas e modernização do Porto do Itaqui e manutenção de prédios públicos.

Em obras educacionais serão investidos R$ 144 milhões em reformas de prédios escolares, construção de IEMA’s e ampliação da UEMA.

Saúde/Cultura, Esporte e Lazer

Na Saúde, são R$ 31 milhões para construção de policlínicas nos municípios de Santa Inês, Açailândia, Presidente Dutra, além do início das obras do Socorrão de Imperatriz, Hospital de Alcântara e Hospital Humberto Coutinho, em São Luís.

Serão destinados R$ 79 milhões para construção e reforma de praças, obras esportivas, espaço de lazer para crianças, além de editais do setor cultural e implementação de leis de incentivo à cultura.

Meio Ambiente e Habitação

Projetos de novos parques ambientais, editais do programa Maranhão Verde, ações de combate aos incêndios florestais receberão R$ 36 milhões e na área de habitação serão investidos R$ 10 milhões com a nova fase do Cheque Minha Casa, que destinará 2 mil cheques, cada um no valor de R$ 5 mil para melhorias e reformas habitacionais.

Segurança e Agricultura

Para a modernização da segurança pública, em todo o estado serão viabilizados R$ 20 milhões.
Na Agricultura, Agricultura Familiar e Pesca serão destinados R$ 12 milhões para compras de produtos, projetos de assistência técnica, regularização fundiária, pesca, aquicultura, equipamentos e sementes para a Agricultura.

Mais Renda e Economia Solidária

Para a aquisição de equipamentos destinados aos microempreendedores individuais do programa Mais Renda, o Governo investirá R$ 4 milhões e R$ 3 milhões serão destinados à aquisição de produtos, editais para compra de produtos de ações sociais e mutirões Rua Digna.

O plano homenageia Celso Furtado, por sua preocupação pioneira com o desenvolvimento do Nordeste, mediante a criação da Sudene.

“Celso Furtado completaria 100 anos este ano. Dentre tantos legados, ele dissertou sobre a importância do Maranhão para a economia do Nordeste, ainda nos anos 50”, disse o governador.

Os recursos utilizados no Plano Emergencial de Empregos Celso Furtado são oriundos do Tesouro Estadual, EMAP, Fundo Escola Digna, Lei Aldir Blanc, Compensação Ambiental e decisão do STF, Fundo Nacional de Segurança Pública, Fundo Petrobras e Fundação Open Society.

Além dos investimentos em compras e obras públicas, o Governo implementa medidas fiscais como anistia, parcelamento e desconto em multas e juros de créditos tributários, além da criação do Programa Emprego Jovem que beneficiará, inicialmente, 2 mil jovens maranhenses.

“No ano que vem desejamos lançar a segunda fase do plano. Empenharemos todos os nossos esforços para a concretização dessas metas. Estamos falando de dezenas de empresas trabalhando nessas obras, com milhares de trabalhadores que trabalharão diretamente no setor da construção civil. Estamos falando de compras, de estimulo à economia solidária. Um pacto nacional pelo emprego, esta é a agenda do Brasil”, concluiu o governador.

Em Santa Quitéria/MA a disputa eleitoral caminha para ser entre Manin Leal e a prefeita Ana Claudia

Ana Claudia entrou – para valer – na disputa de reeleição pela prefeitura de Santa Quitéria/MA – Reprodução

A morte prematura do prefeito de Santa Quitéria/MA Alberto Rocha, ocorrida no dia 6 de junho passado devido a complicações causada pela Covid-19, mudou drasticamente o quadro político naquela cidade.

O prefeito não estava bem avaliado pela população o que fazia a com que a pré-disputa eleitoral daquela cidade se polarizasse entre o ex-prefeito Manin Leal e Sâmia Moreira, mulher do líder político de Magalhães de Almeida, Neto Carvalho.

Na contabilidade eleitoral de Sâmia Moreira constava o apoio da então vice-prefeita Ana Claudia.

Ocorre que agora Ana Claudia é a titular da prefeitura santaquiterense, e o normal é ela disputar a reeleição, o que fará.

Ana Claudia chegou à condição de vice porque linha liderança política e agora no comando da prefeitura, ela ampliou suas bases e seus apoios tornando-se uma forte concorrente, porque ela não só manteve sua base como agora conta com os apoiadores de Alberto Rocha, que não se identificam com as propostas políticas de Sâmia Moreira.

Se antes se dizia por lá que a disputa do dia 15 de novembro seria entre Manin Leal e Sâmia Moreira, agora afirmam que o ex-prefeito vai medir forças agora é com a atual prefeita Ana Claudia.

Procura-se um vice?

Até agora nenhuma pista de quem será o vice do prefeito Cristino Gonçalves

Querer saber que será o candidato a vice do prefeito de Araioses Cristino Gonçalves é o que muitos querem, porém cada vez mais próximo da data das convecções partidárias – de 31 d agosto a 15 de setembro – e o mistério continua.

É a primeira vez na política de Araioses que um prefeito ou prefeita no poder demore tanto tempo para formar a chapa majoritária, para disputar uma eleição. A essa altura esse assunto já era para está encerrado.

Ao que parece o problema está em encontrar quem estaria disposto a ir para o “sacrifício”, ou seja, compor uma chapa fadada ao fracasso diante do atual quadro político, quando o prefeito é possuidor de baixíssima aprovação popular que se contrapõe a alta rejeição.

Esse quadro é tão fácil de ser entendido, que muitos ainda dizem que o prefeito não irá disputar a reeleição.

Se o prefeito estivesse com bons níveis de aprovação popular, certamente haveria uma forte disputa de pretendentes dispostos a compor Cristino Gonçalves a chapa, que mesmo sem uma certeza de vitória seria uma boa oportunidade de entrar em uma disputa eleitoral.

Alguém se habilita?

A menina de 13 anos que foi abusada pelo pai, engravidou e morreu após o parto

Garota morreu em dezembro, no interior do Amazonas, após complicações da gravidez; homem está preso e exame de DNA comprovou que é pai do bebê da própria filha.

Menina que era violentada engravidou aos 12 anos, se tornou mãe, mas morreu por complicações de saúde causadas por uma gestação de alto risco.  — Foto: Getty Images

Por BBC – G1 Amazonas

Jéssica* teve a infância e o futuro roubados pelos abusos sexuais praticados pelo próprio pai. Ela engravidou aos 12 anos. Meses depois, se tornou mãe e morreu por complicações de saúde causadas por uma gestação de alto risco.

Ela morava em uma comunidade ribeirinha no município de Coari, no interior do Amazonas, junto com os pais e cinco irmãos. Em depoimento, após descobrir a gravidez, ela disse a assistentes sociais que foi abusada pelo pai durante anos, quando ficava sozinha com ele.

“Sempre que a minha mãe viajava para a cidade, ele aproveitava a ausência dela e dos meus irmãos para fazer isso comigo”, disse a adolescente ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Coari. A garota revelou que costumava chorar muito durante os abusos e pedia “pelo amor de Deus” para o pai parar.

O caso foi levado às autoridades policiais. O pai, que hoje está preso, fugiu logo após a descoberta da gestação. Ele nega os abusos sexuais. Um exame de DNA, porém, comprovou que ele é o pai do bebê da própria filha.

Histórias como a de Jéssica ilustram a tragédia do abuso sexual no Brasil. O assunto ganhou destaque nos últimos dias, após o caso de uma garota de 10 anos, que mora no Espírito Santo, engravidar ao ser estuprada — ela relatou que o tio, de 33 anos, abusava sexualmente dela havia quatro anos.

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2019 aponta que quatro meninas de até 13 anos são estupradas no país a cada hora.

Um levantamento feito pela BBC News Brasil, com base no Sistema de Informações Hospitalares do SUS, do Ministério da Saúde, revela que o país registra uma média anual de 26 mil partos de mães com idades entre 10 a 14 anos.

Ainda segundo o levantamento, o país registra, ao menos, seis abortos por dia em meninas de 10 a 14 anos, em média.

A criança do Espírito Santo, que não queria ter o bebê e foi apoiada pelos parentes, passou por um procedimento de aborto legal em um hospital de Recife (PE). O Código Penal brasileiro permite a interrupção da gravidez, com o consentimento da gestante, em casos de estupro e quando há risco à vida da mulher.

O caso da criança de 10 anos causou protestos. Grupos que se definem como pró-vida se manifestaram em frente à unidade de saúde em Recife para tentar impedir que a gravidez fosse interrompida. Mesmo se tratando de uma gestação extremamente arriscada, em razão da idade da menina, os grupos diziam que o aborto não deveria acontecer.

Jéssica seguiu com a gravidez — as gestações entre meninas de 10 a 15 anos são consideradas de alto risco —, mas não resistiu.

Os abusos sexuais

Em depoimento à polícia, um agente de saúde da região em que Jéssica morava disse que logo no início da gestação, quando a jovem ainda não sabia que estava grávida, o rendimento escolar dela caiu, ela reclamava de constantes dores de cabeça, sentia tontura e estava muito abatida.

A barriga dela começou a crescer. A família notou as mudanças no corpo da jovem e descobriu a gestação no fim de agosto de 2019. O agente de saúde contou que os parentes de Jéssica ficaram revoltados ao descobrir que a garota tinha sido abusada pelo pai.

Documentos aos quais a BBC News Brasil teve acesso relatam que Maria*, a mãe de Jéssica, levou a filha ao Creas da cidade no começo de setembro. Na época, a garota estava por volta do quinto mês de gestação.

No depoimento ao Creas, onde recebeu acompanhamento psicológico, Jéssica, que estava extremamente triste e envergonhada, definiu o pai como “monstro” e “cínico”. A jovem relatou que ele dizia que se ela contasse sobre os abusos sexuais, a mãe dela não acreditaria e ainda agrediria a filha.

À polícia, a jovem disse que a primeira tentativa de abuso foi aos nove anos, quando o pai tocou partes íntimas dela enquanto eles estavam em uma área afastada para recolher castanhas.

“O pai a levava para pescar, aproveitava que estavam em um local ermo e a estuprava. Isso aconteceu até que a garota engravidou. Ela tinha medo de contar para outra pessoa e não acreditarem nela”, revela o delegado de Coari, José Afonso Ribeiro Barradas Junior, responsável por apurar o caso.

A mãe da garota disse que desconhecia os abusos sexuais praticados pelo marido, o agricultor Lauro*, de 36 anos. Jéssica foi a primeira filha do casal. Maria, de 29 anos, tinha 15 quando engravidou.

Ao Creas, em setembro passado, a mulher contou que percebeu a menstruação atrasada de Jéssica, mas pensou que pudesse ser anemia. Maria disse que desconfiou que havia algo errado com a filha ao notar que a garota estava triste e rebelde. Ela afirmou que desconfiou da gravidez somente em agosto, após mudanças nos seios e na barriga da menina.

Segundo Maria, Jéssica revelou ao avô que era abusada pelo pai havia quase cinco anos e não contava por medo de apanhar. “Chamei a minha filha para conversar. Ela me contou, chorando, sobre o abuso e também o mal-estar que estava sentindo”, disse a mulher às assistentes sociais. Ela afirmou que estava indignada com a situação e queria que o marido pagasse pelo que fez.

Segundo os documentos do caso, Maria não quis denunciar o marido, a princípio, por acreditar que Lauro poderia não ser o pai do filho de Jéssica. Mas diante da pressão da família, ela procurou a polícia. Logo que o caso ganhou repercussão na cidade, Lauro deixou a região ribeirinha.

Em depoimento à polícia, no começo de novembro, Jéssica mudou a versão do que havia dito anteriormente. Ela relatou que o pai tentou acariciar suas partes íntimas aos nove anos, mas parou quando ela disse que contaria à mãe. A jovem também falou que quando tinha 12 anos, o homem tentou abusar sexualmente dela, mas não conseguiu, pois ela correu. A garota disse que o pai do bebê que carregava era um idoso que, segundo ela, havia morado por alguns meses com a sua família.

A jovem ainda disse, no depoimento, que nunca havia sido abusada por Lauro e que havia contado para a família que estava grávida do próprio pai porque se sentiu pressionada.

A Polícia Civil e o Ministério Público do Amazonas, porém, acreditam que a garota tenha sido induzida a mudar a versão dos primeiros relatos. “Comumente, familiares pressionam essas crianças para contarem outras histórias e tentar incriminar terceiros. Isso pode acontecer até mesmo a pedido dos pais. Muitas vezes, a mãe depende economicamente do pai e não quer vê-lo preso”, diz o promotor Wesley Machado, que atuava em Coari e foi o responsável por investigar o caso.

A gravidez

Após meses sem qualquer acompanhamento especializado, Jéssica passou a receber ajuda médica e psicológica depois de sua mãe procurar o Creas. Os documentos apontam que ela não queria abortar, ainda que fosse um direito. Ela dizia que amava o bebê, apesar de tudo.

“Não houve nenhum pedido de aborto. O assunto não foi tocado pela família ou pela garota, ainda que a Lei permitisse isso. No curso do inquérito, há menção a uma orientação religiosa cristã, que pode ter influenciado essa decisão em não abortar”, diz o promotor Wesley Machado.

As gestações de jovens de 10 a 15 anos são consideradas de alto risco, porque são garotas que estão em fase de desenvolvimento. Especialistas apontam que há, aproximadamente, quatro vezes mais chances de mortes entre grávidas adolescentes, com 15 anos ou menos, do que entre as mais velhas.

Um estudo publicado no American Journal of Obstetrics and Gynaecology, feito com jovens gestantes na América Latina, apontou que as grávidas com 15 anos ou menos têm mais propensão a desenvolver anemia grave, riscos elevados de hemorragia pós-parto e os bebês podem nascer pequenos, em comparação ao período gestacional — e há mais chances de morte neonatal precoce.

A gravidez entre jovens de 10 a 15 anos tem riscos elevados de pré-eclâmpsia — aumento da pressão arterial, em geral acompanhada de excesso de proteína na urina — e de eclampsia — convulsões recorrentes.

A situação emocional da jovem também pode colaborar para piora do estado de saúde durante a gestação. “Toda menina grávida de até 14 anos foi estuprada, não importa a circunstância. O estupro de vulnerável é justamente em função da idade”, apontou a advogada Luciana Temer, em recente entrevista à BBC News Brasil. Ela é presidente do Instituto Liberta, que atua no combate à exploração sexual de crianças e adolescentes.

O nascimento do bebê e a morte da jovem mãe

No começo de dezembro passado, o bebê de Jéssica nasceu prematuro, aos oito meses, por meio de uma cesárea. O procedimento foi feito às pressas, em razão do estado de saúde da garota, que desenvolveu uma grave anemia. Ao longo da gestação, a jovem teve diversas dificuldades de saúde. Dias após o parto, a situação ficou ainda mais grave. Em 11 de dezembro, a adolescente não resistiu. No registro de óbito consta que ela morreu em decorrência de pré-eclâmpsia grave e infecção generalizada.

Lauro foi preso nove dias após a morte da filha. Em depoimento, o homem negou ter abusado da garota. Ele disse que não sabia o motivo de Jéssica acusá-lo de estupro e argumentou que fugiu da comunidade ribeirinha em que morava, logo após a descoberta da gestação, por medo de agressões.

O agricultor foi denunciado pelo Ministério Público do Amazonas por estupro de vulnerável, com o agravante da morte da jovem. “Ele pode pegar até 20 anos de prisão”, diz o promotor Wesley Machado. O órgão também pediu que Lauro pague indenização de R$ 50 mil por danos morais à família de Jéssica.

Uma das principais provas contra Lauro é o exame de DNA feito no início deste ano, a pedido da Polícia Civil, que comprovou que ele é o pai do filho de Jéssica.

A defesa do agricultor nega as acusações. O advogado Vanderson Oliveira diz que pedirá um novo exame de DNA, pois Lauro afirma que nunca abusou da filha. “Conversei com o acusado informalmente e ele disse que a denúncia é infundada”, argumenta Oliveira.

O promotor do caso afirma que não há dúvidas de que o pai abusou sexualmente da filha. “O exame de DNA e os relatos da jovem confirmam que ele foi o responsável pelo ato sexual”, declara Machado.

Lauro permanece em prisão preventiva. A defesa tenta a sua liberdade provisória, sob o argumento de que ele, que teve covid-19 na prisão e se recuperou, corre risco de saúde. O Ministério Público, porém, pede que ele permaneça preso e justifica que o homem apresenta bom estado de saúde, após se recuperar do coronavírus. A Justiça analisa o pedido.

O caso tramita em segredo de Justiça. As primeiras audiências ainda não foram realizadas, em decorrência da pandemia de covid-19.

O filho de Jéssica, segundo o delegado José Afonso Ribeiro, passa bem e está sob os cuidados dos parentes da jovem. A reportagem não conseguiu contato com a família da garota.

Para o delegado, o caso de Jéssica representa a história de muitas outras crianças que sofrem abuso sexual. Segundo ele, uma das principais características dessas vítimas é a angústia que carregam. “Essa garota ficou muito abalada e precisou de acompanhamento psicológico. Essas crianças, normalmente sofrem muita pressão para comprovar que realmente foram estupradas”, diz.

O promotor do caso lamenta as circunstâncias que fizeram com que os abusos fossem descobertos. “Ela, assim como tantos outros casos, precisou correr o risco com uma gravidez para que tudo isso viesse à tona. É revoltante”, afirma Machado.

*Nomes alterados para preservar a identidade da jovem e de sua família.

Covid-19: Pesquisa encontra carga viral maior em crianças do que em adultos na UTI

Mesmo sem apresentar sintomas da covid-19, crianças e jovens podem ter alta quantidade de vírus circulante no corpo. Condição observada por cientistas americanos sinaliza que pacientes de pouca idade podem ser transmissores silenciosos do Sars-CoV-2

(foto: Robin Van Lonkhuijsen/AFP)

Por Paloma Oliveto

Correio Braziliense – Os casos raros de crianças com covid-19 fizeram os médicos acreditarem, por um bom tempo, que elas seriam pouco suscetíveis ao Sars-CoV-2. Contudo, o maior estudo já realizado sobre o tema, publicado no Journal of Pediatrics, mostra que, embora adoeçam menos do que os mais velhos, elas são infectadas igualmente. O mais grave é que a pesquisa identificou uma carga viral altíssima nos pacientes pediátricos e em jovens — inclusive os assintomáticos —, significativamente maior do que a detectada em adultos internados nas unidades de terapia intensiva (UTIs), em estado crítico.

De acordo com os pesquisadores, que disseram ter ficados surpreendidos com o resultado, isso faz com que as crianças e os jovens adultos sejam “transmissores silenciosos” da covid-19. Embora desde o início da pandemia tenha sido alertado que eles poderiam espalhar o vírus sem adoecer, Lael Yonker, do Hospital Geral de Massachusetts e principal autora do estudo, explica que esse potencial é muito maior do que se poderia imaginar devido à carga viral detectada nos pacientes com menos idade.

A pesquisa foi realizada com 192 crianças, adolescentes e jovens adultos, de 0 a 22 anos. Desses, 49 testaram positivo para a doença em exames realizados no Hospital Geral de Massachusetts e no Hospital Geral Pediátrico de Massachusetts. Também entraram no estudo 18 pessoas, da mesma faixa etária, que apresentaram condições associadas à infecção prévia por Sars-CoV-2. Os resultados mostraram que aquelas com o vírus ativo tinham quantidade muito grande do micro-organismo circulando.

“Eu não imaginaria que seria uma carga viral tão alta; significativamente maior do que a dos adultos graves, internados nas UTIs”, diz Yonker. Essa característica foi observada especialmente nos dois primeiros dias de infecção. “Você pensa em um hospital e em todos protocolos e precauções tomados para tratar os adultos gravemente enfermos, mas as cargas virais desses pacientes hospitalizados são significativamente mais baixas do que de uma criança ou de um jovem aparentemente saudável e que está circulando por aí com uma grande quantidade de Sars-CoV-2”, afirma a médica.

Yonker esclarece que o potencial de transmitir o vírus para outras pessoas está diretamente relacionado à carga viral — quanto maior, mais elevado o risco. Mesmo com uma quantidade alta de Sars-CoV-2 no organismo, pacientes mais jovens, especialmente as crianças, costumam apresentar sintomas leves de condições típicas dessa fase da vida, como febre, tosse e coriza, o que podem ser facilmente confundidos com um resfriado.

Menos receptores

Além da quantidade de vírus circulante, os pesquisadores estudaram como os receptores virais nas células reagem ao Sars-CoV-2 e também à resposta do sistema imunológico de crianças e jovens infectados. Até agora, a crença mais comum é de que os pacientes mais jovens tenham menos receptores, reduzindo os riscos de o micro-organismo conseguir entrar nas células e, dentro do núcleo, se reproduzir. Isso explicaria por que eles seriam menos propensos a se infectar e ficar doentes.

Contudo, segundo Alessio Fasano, diretor do Centro de Pesquisa de Biologia e Imunologia Mucosal do Hospital Geral de Massachusetts e coautor do estudo, apesar de as crianças mais novas realmente apresentarem menos receptores virais, se comparadas às mais velhas, aos jovens e aos adultos, quando infectadas, elas apresentarão uma carga ainda maior. “Isso quer dizer as crianças pequenas são mais contagiosas, independentemente de desenvolverem ou não a infecção por Sars-CoV-2”, afirma Fasano.

“As crianças não estão imunes à covid-19 e seus sintomas não se correlacionam com a exposição e a infecção”, reforça o médico. “Durante boa parte da pandemia, rastreamos principalmente indivíduos sintomáticos. Então, chegamos à conclusão errônea de que a maioria das pessoas infectadas é adulta. No entanto, nossos resultados mostram que as crianças não estão protegidas contra esse vírus. Não devemos descartar as crianças como potenciais propagadores do Sars-CoV-2.”

Volta às aulas

Os autores notam, no artigo, que essas descobertas são particularmente relevantes agora, em que o mundo todo questiona se é o momento de reabrir escolas e faculdades. “Embora as crianças com covid-19 não tenham tanta probabilidade de ficar tão gravemente doentes quanto os adultos, como portadores assintomáticos ou portadores com poucos sintomas que frequentam a escola, elas podem espalhar a infecção e trazer o vírus para suas casas”, escreveram.

Também não é verdade que nenhuma criança ou jovem vá desenvolver a forma grave da doença. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão ao comparar a expressão do receptor viral e a resposta dos anticorpos em voluntários saudáveis, pacientes pediátricos com a infecção aguda e 18 meninos e meninas que desenvolveram a síndrome inflamatória multissistêmica em crianças, uma condição que pode afetar crianças muitas semanas depois do contágio por Sars-CoV-2, e que leva a problemas cardíacos graves, incluindo insuficiência aguda.

No artigo, os autores defendem a necessidade de não relaxar as medidas de controle da infecção, como o uso de máscara e o distanciamento social, além da higiene constante das mãos. Também citam rodízios de aulas presenciais e on-line como forma de evitar aglomerações nas escolas. Para os pesquisadores, os estudantes deveriam ser rastreados rotineiramente. “Se as escolas reabrirem totalmente sem as precauções necessárias, é provável que as crianças desempenhem um papel maior nesta pandemia”, escreveram.

Polícia Federal deflagra operação contra roubo de carga dos Correios no Maranhão

No decorrer da operação foram apreendidos aproximadamente 2 kg de cocaína e 10 kg de maconha. — Foto: Divulgação

Por G1 MA – São Luís

A Policia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (20), nas cidades de Imperatriz, Açailândia e São Luís a Operação “Postagem Noturna” com a finalidade de reprimir organização criminosa voltada para a prática reiterada de roubo de carga postal transportadas em caminhões dos Correios. No decorrer da operação foram apreendidos aproximadamente 2 kg de cocaína e 10 kg de maconha.

Cerca de 70 policiais federais das Superintendências Regionais do Maranhão, Piauí, Tocantins e Pará deram cumprimento a 13 Mandados de Prisão Temporária e 13 Mandados de Busca e Apreensão, tendo as ordens judiciais sido expedidas pela 1ª Vara Federal Cível e Criminal da SSJ de Imperatriz.

Durante as investigações policias, observou-se que a organização criminosa contou com o apoio de diversos comparsas, os quais eram divididos, informalmente, em grupos de executores diretos dos roubos e indivíduos responsáveis por prestar apoio logístico ao bando com o fornecimento de armas de fogo e veículos de fuga.

Dezenas de assaltos aos caminhões dos Correios investigados por meio desta operação ocorreram entre dezembro de 2019 a junho de 2020, em sua maioria, no período noturno, em estradas vicinais localizadas nas proximidades das rodovias federais BR 010 e BR 222, no trecho localizado entre os municípios de Santa Inês e Imperatriz, bem como em povoados localizados nas proximidades de Açailândia, trajeto onde o fluxo de veículos é bastante reduzido.

Com as medidas judiciais cumpridas nesta data, a Polícia Federal espera identificar outros indivíduos que tenham participação nos crimes apurados, bem como recuperar objetos roubados nas ações criminosas. Os investigados poderão responder pelos crimes de organização criminosa (Art. 2°, da Lei n° 12.850/13), roubo circunstanciado (Art. 157, §2º, incisos II e V e § 2°-A, inciso I, do Código Penal), além de outros crimes conexos.

A Operação foi denominada Postagem Noturna em referência à ação dos criminosos quando da prática dos roubos de cargas dos Correios, em que os envolvidos abordavam as vítimas (motoristas dos Correios) nas rodovias federais para em seguida subtraírem as mercadorias postais, sendo que os objetos eram partilhados entre os comparsas e entregues aos demais beneficiários do esquema ainda na madrugada dos crimes.

MP suspeita que Flávio Bolsonaro lavou R$ 2,1 milhões em loja de chocolates

Do Estadão:

O Ministério Público do Rio (MP-RJ) investiga se a compra de uma franquia da Kopenhagen pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e a movimentação financeira da loja foram usadas para lavar dinheiro. Os promotores suspeitam que ao menos R$ 2,1 milhões possam ter sido “legalizados” com as duas frentes de negócio. O senador nega ter cometido qualquer tipo de crime.

Pelo menos R$ 500 mil teriam sido ocultados na aquisição da loja, em dezembro de 2014, e outro R$ 1,6 milhão foi movimentado na conta da empresa de forma suspeita. Esse dinheiro teria sido lançado como venda de chocolates, em dinheiro vivo, para dissimular a origem dos recursos, registram os autos. Parte do valor seria desviada do suposto esquema de “rachadinha” – recolhimento de parte dos salários dos assessores – no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Para os investigadores, as quebras de sigilo evidenciaram “aportes de recursos em espécie na conta bancária da empresa de forma desproporcional ao seu faturamento” e indicaram conexão entre valores lançados como venda em dinheiro com datas de arrecadação dos salários de assessores do gabinete pelo seu ex-assessor Fabrício Queiroz, preso desde 18 de junho.

(…)

Fonte: DCM