Arthur Lira e banqueiros se manifestam pela democracia e isolam Bolsonaro

Presidente da Câmara, no entanto, buscou minimizar possíveis rusgas com Bolsonaro ao alfinetar a carta pró-democracia, que ganhou mais de 100 mil adesões em 24 horas. “Não precisa qualquer movimento”.

Arthur Lira na convenção do Progressistas. Créditos: Facebook Progressistas

Por Plinio Teodoro/Revista Fórum

Nove dias após o repúdio de instituições e autoridades brasileiras e internacionais à tentativa golpista de Jair Bolsonaro (PL) de atacar o sistema eleitoral em reunião com embaixadores, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PL), declarou que “sempre fui a favor da democracia e confio no sistema eleitoral”.

A fala de Lira, em entrevista coletiva durante a convenção de seu partido, o Progressistas – novo nome do PP -, aconteceu nesta quarta-feira (27), mesmo dia em que a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) decidiu aderir à Carta em defesa da Democracia, divulgada pela Faculdade de Direito da USP, que ganhou mais de 100 mil adesões em 24 horas.

Em nota, a federação que representa os banqueiros do país afirma que “no âmbito de sua governança interna, por maioria, deliberou por subscrever documento encaminhado à entidade pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), intitulado ‘Em Defesa da Democracia e da Justiça’”.

A declaração de Lira e a adesão de banqueiros, juntamente com o discurso do General Luís Carlos Gomes Mattos, presidente do Superior Tribunal Militar, que reiterou que é a Justiça Eleitoral quem deve decidir sobre as eleições, isolam ainda mais Bolsonaro, que busca convocar um novo ato golpista para o 7 de Setembro.

Críticas à carta

Apesar da declaração pró-democracia, Lira, que esteve na convenção que homologou o nome de Bolsonaro com uma camiseta com o número do PL, alfinetou a carta que vem ganhando adesões de diversos setores da sociedade.

“Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e internas no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes, e confio no sistema eleitoral. Não precisa qualquer movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira sempre necessária. Instituições no Brasil são fortes, são perenes e não são e nunca serão redes sociais”, disse o presidente da Câmara, buscando minimizar possíveis rusgas com o presidente.

Lira disse ainda que “não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil”, sem direcionar, no entanto, à crítica e ressaltou que o que espera “nesse momento é uma união de forças de todo o Brasil para que a gente tenha um futuro que nós estamos desenhando com muito sofrimento nos últimos quatro anos”.

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