Tá complicado: agiotas fecham as mãos e campanhas esfriam no interior

Blog do Luis Cardoso

Acostumados a receber dinheiro de agiotas que faziam investimentos em campanhas políticais eleitorais, boa parte dos candidatos a prefeito no interior do Maranhão passa por dificuldades financeiras e recua no atendimento das promessas aos cabos eleitorais, líderes comunitários e políticos.

Como não existe, pelo menos é o que se esperava, mais o dinheiro fácil, alguns acreditando na reeleição ou eleição, vendem o que têm.

Em eleições anteriores, a agiotagem rolava solta. Os emprestadores de dinheiro faziam pesquisas e investiam em que tinha mais chances. Assim que o vencedor assumia, o cofre do município já estava todo comprometido.

Eram negócios que envolviam mais de R$ 200 milhões em campanhas para prefeitos e que depois passavam a custar o dobro para os contribuintes, quer diretamente na devolução dos recursos com juros, com dinheiro público, ou na contratação de empresas ligadas aos agiotas em obras, vendas de equipamento e medicamentos hospitalares ou na merenda escolar.

Com o assassinato do jornalista Décio Sá, no dia 23 de abril deste ano, e a prisão de envolvidos no ramo da agiotagem, os negócios deram uma brecada. Mais ainda depois que a Polícia Civil e a Polícia Federal passaram a investigar os tentáculos da agiotagem e os recursos com eles negociados por gestores públicos.

Em algumas cidades traçadas pela mapa da agiotagem antes da elucidação da morte de Décio Sá, o volume de campanha caiu em mais de 60%. Basta que se observe pelo número de veículos nas campanhas. Em alguns casos, donos de postos atuavam como agiotas.

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