Por Ribamar Corrêa
Muito mais que um ato administrativo, a posse dos secretários Luis Fernando Silva (Projetos Especiais), Simplício Araújo (Indústria e Comércio), Enos Ferreira (Relações Institucionais) e Luis Porto (Região Tocantina) e José de Ribamar Mendes (Instituto de Metrologia e Qualidade Industrial ao Maranhão – Inmeq), ontem, no Palácio Henrique de la Rocque, foi um evento de forte conotação política. Primeiro porque, com a reforma administrativa, feita por meio de engenhosas mexidas nas pedras da sua base partidária, o governador Flávio Dino (PCdoB) conseguiu abrigar no Governo representantes de todos os partidos da aliança que lidera, exibindo uma musculatura política excepcional. E depois, Luis Fernando Silva foi empossado como uma espécie de quadro diferenciado, em condições efetivas de contribuir o fortalecimento do Governo. E, finalmente, porque o auditório foi tomado por partidários do agora ex-prefeito de São José de Ribamar, numa clara indicação de que ele está longe da aposentadoria política.
Com uma habilidade verbal cada vez mais afinada, o governador Flávio Dino saudou os novos secretários com um discurso no qual usou diversas reflexões para reafirmar os princípios democráticos e o senso de justiça social e a natureza ética do seu Governo, assinalando que cada centavo do contribuinte tem sido destinados a programas voltados para os que de fato precisam da ação do Governo. E nesse sentido destacou, “especialmente, a incorporação do ex-prefeito Luís Fernando, uma liderança política e administrativa atestada e provada há muitas décadas”. E prosseguiu com o cuidado de saudar, com expressões adequadas e palavras de apreço, a todos os novos membros do Governo, notadamente a Simplício Araújo, que deixou a Câmara Federal para comandar pela terceira vez a pasta da Indústria, Comércio e Energia, e ao vice-governador Luis Porto, que foi vice-governador de Jackson Lago (PDT).
Na sua fala, o governador destacou o caráter social do seu Governo, as dificuldades que enfrenta e as conquistas que contabilizou até agora. Flávio Dino não falou como um mero chefe de Governo. Suas palavras foram as de um gestor bem-sucedido e de um líder político que tem plena consciência do papel que exerce num processo de transformação. Falou para um auditório se reuniram a senadora Eliziane Gama (PPS), deputados federais, deputados estaduais – estes capitaneados pela Cleide Coutinho, que representou o presidente Othelino Neto (PCdoB) -, prefeitos e vereadores. E pela entusiasmada reação dos presentes, Flávio Dino tem sua liderança cada vez mais consolidada.
Luis Fernando Silva falou pelos novos secretários. Muito à vontade, e dando mostras de que tirou um fardo das costas ao renunciar a Prefeitura de São José de Ribamar, o novo secretário de Programas Estratégicos (Sepe) declarou: “Eu fico muito honrado com o convite e vamos dar o melhor de nós, como sempre fizemos, para colaborar com este grande Governo, que a cada dia constrói um Maranhão de todos nós”. Fez poucas referências a São José de Ribamar, preferindo centrar sua fala em destacar o governador Flávio Dino, a sua liderança e o sucesso da sua gestão. A prometeu se dedicar ao máximo à tarefa de buscar investimentos com o objetivo de fortalecer a economia estadual e, assim, dar ais força à gestão dinista.
Em nenhum momento o governador Flávio Dino falou sobre o cenário político estadual, dizendo apenas que as circunstâncias e as dificuldades têm-no feito manter permanentemente o foco no Governo, observando que “as eleições de 22 estão muito distantes”, e que trabalha com a realidade segundo a qual “cada dia com sua agonia”. Em outra abordagem sobre político, se disse satisfeito porque, ao contrário do que muitos pensam, acha “muito bom” que na sua base política e partidária existe mais de uma dezena de nomes candidato. “Isso é muito bom. Problema seria se não tivesse nenhum”, disse Flávio Dino, que não emitiu qualquer sinal de que tem reservado um papel político-eleitoral para Luis Fernando Silva, limitando-se a afirmar que esperar “uma grande contribuição”.