Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO
O script não muda.
Tal como aconteceu com a “Operação Temer” no Sete de Setembro, Bolsonaro finge que “afina” com o STF e diz, hoje, que não quer “peitar o Supremo, dizer que eu sou mais importante, ou eu tenho mais coragem que eles, longe disso” e que fez o perdão ao brucutu Daniel Silveira ( que, admitiu, falou “coisas absurdas”) apenas porque julgou que “houve um excesso por parte do Supremo”, na fixação da pena em 8 anos e 9 meses de prisão.
“Um deputado federal, por mais que ele tenha falado coisas absurdas — e ninguém discute isso, que foram coisas absurdas —, a pena não pode ser 8 anos e 9 meses de cadeia em regime fechado, perda de mandato, inelegibilidade e multa. Houve um excesso”
Evidente que não era essa a intenção de Jair Bolsonaro ao conceder o indulto a Silveira, até porque neste caso poderia ter dado a ele um indulto parcial, com a comutação na pena em duração mínima. Foi outra, exatamente a de “peitar o STF” e mostrar que “quem manda aqui sou eu”, afirmando-se a seu exército de seguidores, exército aí, infelizmente, não só em sentido figurado.
É evidente que suas declarações são uma espécie de oferecimento de um acordo que permita ao Supremo Tribunal sair do impasse, com o rabo entre as pernas mas sem ganir.
Resta saber até onde irá a estratégia de Bolsonaro de dar dois passos à frente e um atrás.
Como ele próprio usa dizer, a caminhar nesta toada, é ver quanto falta para sair das quatro linhas da Constituição.