Por Ivan Longo
Revista Fórum – Em entrevista à CNN Brasil na tarde desta quarta-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que fez mais um exame de coronavírus, nesta manhã, e que novamente testou positivo para a Covid-19.
O primeiro exame em que o presidente testou positivo foi anunciado por ele mesmo no dia 7. Naquela semana, Bolsonaro relatou que sentiu febre e o “corpo mole”.
Nesta quarta-feira, no entanto, o capitão da reserva relatou que não tem febre desde o primeiro teste e nenhum dos sintomas relacionados à Covid-19, como tosse, falta de ar ou perda de paladar. Ele está isolado no Palácio da Alvorada e, segundo relata, se tratando com cloroquina, medicamento que não tem sua eficácia comprovada contra o coronavírus e que teve seu uso para tratar a doença desaconselhado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Médico fantasma
Apesar de fazer propaganda da cloroquina e afirmar que boa parte da classe médica no Brasil defende, em silêncio, o uso da substância, o presidente Jair Bolsonaro se recusa a revelar o nome do médico que está o acompanhando em seu tratamento contra a Covid-19.
Questionado pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo, sobre quem é o profissional que receitou cloroquina a Bolsonaro, o Palácio do Planalto se recusou a responder.
A substância, que já vem sendo banida em inúmeros países no tratamento do coronavírus, não têm sua eficácia comprovada contra a doença, causa inúmeros efeitos colaterais e foi desautorizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mesmo assim, o governo brasileiro gastou R$1,5 milhão para a produção do medicamento.
Improbidade e charlatanismo
O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) anunciou neste domingo (12), através de sua conta no Twitter, que protocolará na procuradoria-geral da República uma denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por improbidade administrativa e charlatanismo.
O petista argumenta que o presidente faz propaganda enganosa da cloroquina e desperdiçou de dinheiro público, já que, a mando do governo, o Exército gastou R$1,5 milhão para a produção do medicamento que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19.