Como os forasteiros tomaram conta de Araioses

O ex-prefeito Vicente de Paula Moura, diante de uma eleição dificílima para eleger seu amigo Chagas Paixão – que viria a romper com ele depois – teve que fazer um acordo com um grupo político de Parnaíba/PI

Dias atrás ouvi um araiosense – que gostaria muito que Araioses fosse um lugar melhor para se morar – que essa avacalhação que tomou conta da política que hoje se pratica aqui começou no desgoverno – de 7 de maio de 2001 a 31 de dezembro de 2004 – do ex-prefeito Pedro Henrique Silva Santos.

Não há dívida de que o Pepê (apelido de Pedro Henrique desde criança) deu uma enorme contribuição para o caos político que hoje se vive, porém – mesmo que não tenha sido essa a sua intenção – quem na verdade deu condições para a entrada de forasteiros se firmarem na política do município foi o ex-prefeito Vicente de Paula Mora, que fez uma boa gestão no seu primeiro mandato exercido de 1º de Janeiro de 1993 a 31 de dezembro de 1996. No segundo ele só governou 4 meses e 4 dias.

Ele queria eleger seu amigo Chagas Paixão como seu sucessor e para isso teve que fazer acordo com um grupo político de Parnaíba/PI liderado por Bruno Pires, que tinham sido adversários seus na eleição anterior ao lado do Dr. Kleber Coutinho – uma grande liderança popular –  que na eleição de 1996 foi candidato a vice do ex-prefeito José Cardoso do Nascimento – o Zé Tude.

Era uma chapa que reunia Zé Tude, a maior liderança política de Araioses naqueles dias e Dr. Kleber, a maior liderança popular, portanto uma parada dura e difícil de ser derrotada, o que certamente fez Vicente Moura topar um acordo, que em circunstâncias um pouco mais favoráveis, jamais aceitaria.

Como diz a história, Vicente elegeu seu amigo Chagas Paixão, porém não teve a influência que imaginava com seu protegido, porque esse sucumbiu e seu governo acabou entregue aos interesses do vice-prefeito Bruno Pires e de seu filho Orlando, que morava e mora em Teresina, mas tão logo o pai se elegeu, cá estava para dar sua “contribuição”.

Depois de Vicente Moura não tivemos mais um governo que tivesse suas ações voltadas para uma política de valorização do município, até porque a administração de Zé Tude – último prefeito araiosense – no período de 2005 a 2008 não teve mais o seu verdadeiro perfil de administrador, já que devido à debilidade de sua saúde a administração do município fugiu de seu controle o que acabou facilitando a eleição de Luciana Trinta – que já tinha sido derrotada por ele em 2004.

Foi um governo que o povo não teve vez nem voz e acabou por implantar uma nova mentalidade política no povo fazendo com se acostumassem com  esse tipo de gestor, que dos araiosenses querem apenas o poder para atender seus interesses pessoais.

De lá para cá os araiosenses não mais chegaram ao poder. O desastre administrativo de Luciana Trinta, caracterizado por desprezo aos araiosenses e a perseguição aos seus adversários foi tamanho que o clima de revolta popular chegou a ponto de uma Cabritinha – era assim que ela chamava Valéria do Manin – que ainda não tinha completado 22 anos, lhe impusesse uma histórica derrota ainda não registrada em tempos contemporâneos da política araiosense.

Assim como Chagas Paixão – o prefeito eleito em 1996 – Valéria Do Manin também não governou. Seu pai o Manin Leal, era quem dava as cartas no jogo e quem decidia sobre tudo.

A receita não deu certo, o que mais uma vez permitiu que a revolta popular – e tem tudo a ver com a falta de opções – criasse um clima para que Cristino Gonçalves de Araújo, na verdade mais um forasteiro, mais um aventureiro chegasse ao poder.

Talvez a história de Araioses fosse outra se o saudoso ex-vereador Gentil Lima não tivesse morrido…

Mas, esse capítulo, escrevo depois.

5 pensou em “Como os forasteiros tomaram conta de Araioses

  1. amigo Daby. Discordo de você com relação ao termo forasteiro, pois soa depreciativo.Eu mesmo me sinto araiosense, trabalho e voto em Araioses.No mais um forte abraço .

  2. Pingback: Se Gentil Lima ainda estivesse entre nós, certamente a história de Araioses poderia seria outra - Blog do Daby SantosBlog do Daby Santos

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