Demora na ajuda federal pressiona governadores para abrir o comércio

Por Fernando Brito

TIJOLAÇO – Março já foi difícil e, para muitos prefeitos e governadores, em abril será impossível pagar sua folha de servidores, com a arrecadação em ruínas.

A maioria deles espera recolher pouco mais da metade do ICMS – sua principal receita e partilhada com os municípios – e as prefeituras estão com pagamento do Imposto sobre Serviços bem próximo de zero.

Ao contrário da União, os estados não podem emitir – desde o período Fernando Henrique Cardoso – títulos da dívida pública para se capitalizarem e, sem a compensação federal para a queda de suas arrecadações, é possível que já falte, nos primeiros dias de maio, dinheiro para pagar os salários de abril.

Essa ajuda foi aprovada rapidamente na Câmara mas, no Senado, empacou. O governo está bloqueando a votação exigindo uma obrigação de não darem, por dois anos, reajustes aos vencimentos do serviço público. Qualquer mudança no que foi aprovado na Câmara vai significar que o projeto terá de voltar para lá, em nova votação. E ainda há o prazo de sanção presidencial.

Portanto, dinheiro só no fim de maio, isso com muita sorte.

É por isso, e não por qualquer razão de ordem sanitária, que você está lendo notícias sobre relaxamento do fechamento do comércio e mudança nas regras de distanciamento social.

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