NÚBIA LIMA
Especial para o JP
Servidores públicos estaduais se reuniram, durante todo o dia de ontem (19), diante da Biblioteca Pública Benedito Leite (centro de São Luís), para protestar contra a decisão do governo do Maranhão de transferir o atendimento à categoria do Hospital Carlos Macieira (Ipem), no Calhau, para o Hospital São Luís, na Estrada da Mata (Cidade Operária). Atualmente, o Hospital do Ipem, como há anos é conhecido, passa por uma reforma na estrutura física – que ultimamente funcionava em estado precário. Futuramente, atenderá a comunidade como mais uma unidade do Sistema Único de Saúde.
A transferência dos serviços aconteceu em novembro de 2011, após a inauguração do Hospital São Luís, do grupo Multiclínicas. A decisão foi tomada pelo Conselho Superior do Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria (Consup), órgão do governo do estado, presidido pelo chefe da Casa Civil, Luís Fernando Silva. O conselho tem como membro o secretário estadual de Saúde, Ricardo Murad, e conta com apenas um representante dos servidores públicos, os quais entendem que a mudança deveria ter sido discutida com toda a classe.
De acordo com os servidores, além de o local da nova unidade de saúde ser de difícil acesso, o Hospital São Luís ainda não está atendendo plenamente a categoria, pois a unidade não oferece atendimento de emergência. Os servidores que buscam esse tipo de serviço de saúde estão sendo orientados a se dirigir às unidades de pronto atendimento (UPAs).
O servidor público aposentado Newton Francisco Madeira, de 62 anos, contou que já teve conhecimento de que alguns servidores deixaram de ser atendidos devido à ausência de algumas especialidades médicas no Hospital São Luís.
“Não temos atendimento médico, ambulatorial e de emergência. O governo do estado tem de se sensibilizar sobre nosso problema. Os servidores querem o retorno do Hospital Carlos Macieira, que foi construído com o propósito de nos garantir o direito à saúde”, disse Newton.
O presidente da Central de Trabalhadores do Brasil no Maranhão (CTB), Júlio Guterres, explicou que a construção do Hospital Carlos Macieira só foi possível devido à contribuição mensal dos servidores estaduais, descontada nos contracheques dos trabalhadores.
Segundo Guterres, perto de R$ 100 mil dessa contribuição foram retirados indevidamente de um dos convênios destinados aos servidores, o Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria (Fepa).
Abaixo-assinado – Os servidores estaduais montaram no na Praça Deodoro uma banca para o recolhimento de assinaturas a favor da devolução do Hospital Carlos Macieira à categoria.
A atividade vai prosseguir nos próximos dias, sendo que grupos de servidores também vão visitar repartições públicas estaduais e sindicatos para passar o abaixo-assinado.
“Iremos recolher assinaturas de todos os servidores que buscam seu direito a um atendimento de saúde de qualidade. Nosso objetivo é reunir 40 mil assinaturas e, depois disso, encaminhar o abaixo-assinado ao governo”, anunciou Júlio Guterres.