Roberto Rocha não traiu ninguém

Ed Wilson Araújo – A política tem o poder de produzir paixões. Muita gente boa e séria ajudou a eleger Roberto Rocha (PSDB) senador, em 2014, na chapa de Flávio Dino (PCdoB), candidato vitorioso ao governo.

Como havia apenas uma vaga para o Senado, o povo se dividiu entre Roberto Rocha, carregado nas costas de Flávio Dino; e Gastão Vieira, o candidato de José Sarney.

Passado o calor da eleição, já em 2015 o senador Roberto Rocha distanciava-se do governador e passou a criticar com rispidez a gestão comunista.

Os eleitores apaixonados sentiram-se traídos, porque pensavam que o senador seria fiel a Flávio Dino.

Eu não vejo traição.

Ele está apenas sendo coerente. Roberto Rocha é um legítimo descendente da tradição conservadora do Maranhão. Ele não tem qualquer sintonia com o governo, não comunga das ideias nem das práticas da gestão comunista.

Roberto Rocha não está interessado em Mais IDH nem Escola Digna, não tem qualquer afinidade com os programas de inclusão social nem qualquer que seja a iniciativa visando melhorar a qualidade de vida dos mais pobres.

No plano nacional, Roberto Rocha apoiou o golpe contra Dilma Roussef (PT), está alinhado a Michel Temer e voltou ao PSDB, alinhado ao governador de São Paulo Geraldo Alckmin.

Em 2018, Roberto Rocha vislumbra uma candidatura a governador para servir de linha auxiliar dos setores retrógrados liderados por José Sarney.

No Senado, ele está alinhado a João Alberto e Edison Lobão. Os três formam a tropa de choque maranhense de Michel Temer e votaram em bloco para proteger Aécio Neves do STF.

Hoje, na oposição ao governo comunista do Maranhão, o senador é o que sempre foi. A composição na chapa de Flávio Dino em 2014 foi apenas uma questão de oportunismo eleitoral.

Portanto, ele não traiu ninguém. Pelo contrário, é fiel às suas origens, coerente na posição política retrógrada e alinhado àqueles que desde sempre são seus bons companheiros.

Nada mais.

Os eleitores apaixonados precisam medir melhor os afetos antes de votar.

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