Cuca pede demissão do Corinthians após pressão da torcida: “Brasil que reage”, diz Juca Kfoury

Técnico anunciou decisão após vitória do Corinthians sobre o Remo. Cuca ficou apenas dois jogos no comando do time, sob forte pressão da torcida por causa da condenação por estupro na Suíça, em 1989.

Cuca no jogo entre Corinthians e Remo pela Copa do Brasil.                                        Créditos: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Por Plínio Teodoro

Revista Fórum – Após pressão intensa da torcida, especialmente das mulheres, o técnico Cuca pediu demissão e não é mais o técnico do Corinthians após comandar o clube paulista por apenas dois jogos.

A decisão foi anunciada após a vitória nos pênaltis do Corinthians sobre o Remo, que classificou o timão para as oitavas de final da Copa do Brasil, na noite desta quarta-feira (26).

“O Sport Club Corinthians Paulista confirma que o técnico Cuca deixou o comando da equipe depois de um pedido da família para resolver assuntos particulares. Desejamos a Cuca e sua comissão técnica sucesso na sequência da carreira”, diz comunicado do clube nas redes sociais.

Cuca pediu demissão após uma avalanche de prostestos da torcida, ex-jogadores e até do time feminino do Corinthians por causa da condenação por estupro de uma menina de 13 anos em um processo na Justiça da Suíça concluído em 1989. O estupro aconteceu na cidade de Berna dois anos antes por Cuca e outros dois jogadores do Grêmio durante excursão do time gaúcho na Europa.

“Eu saio neste momento, não é pelo o que eu queria. Se espera uma vida inteira para estar aqui. É um pedido da minha família. ‘Pai, vem, estamos precisando’. Amanhã estou em casa, vou cuidar de vocês’, disse o treinador em breve pronunciamento.

Jornalista veternao e corintiano histórico, Juca Kfoury afirmou que “a queda de Cuca deixa lições e mostra um Brasil em começo de processo de cura depois de tantos anos doente de ódio e de insensibilidade”.

“Não foi o presidente do Corinthians, aliás o principal responsável pela absurda contratação do treinador, nem os jogadores que o abraçaram e nem o técnico do time de mulheres que as desmentiu covardemente. Foi a sociedade, o trabalho jornalístico e o respeito às mulheres que pressionaram a ponto de ele ser forçado a pedir demissão”, escreveu Kfoury em seu blog, comemorando a decisão.

“A Democracia Corinthiana resiste, sobrevive a duras penas, mas ainda pulsa. O Brasil nunca mais poderá se calar diante do obscurantismo, da covardia dos que cometem crimes e se escondem com mentiras patéticas. Em outubro de 2022 o país começou a acordar de um pesadelo. É necessário que se mantenha desperto e possa voltar a se iluminar de norte a sul, de leste a oeste”, emendou o jornalista, lembrando a vitória de Lula sobre Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais no ano passado.

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