Delação de Cabral é mutreta evidente da PF

Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO

O Globo diz que a Polícia Federal firmou um acordo de delação premiada com o ex-governador Sérgio Cabral, a ser homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF, pelo qual ele se compromete a entregar “combustível” para novas frentes da Lava Jato e a devolver R$ 380 milhões.

Quem teve acesso aos depoimentos de Cabral, segundo O Globo, diz que há poucas provas e muitas acusações. O Ministério Público, que já havia tentado negociar com Cabral, é contra o acordo.

A primeira pergunta, óbvia, é o que pretende Cabral com isto. Condenado a penas que somam 267 anos, dois de seus advogados, João Bernardo Kappen e Rodrigo Roca, sucessivamente, deixaram sua defesa por não concordar com a forma com que se negociava a delação.

A segunda, também evidente é onde, depois de quatro anos de investigação, bloqueios e arresto de bens, onde é que Sérgio Cabral tem R$ 380 milhões para “devolver” aos cofres públicos? A não ser que a Polícia tenha sido absolutamente incompetente para rastrear os seus negócios escusos.

A falta de sinceridade de um sujeito que dizia que “tinha cedido à tentação” do dinheiro é patente e evidencia que Cabral quer uma plataforma para acusar a quem quiser.

E, claro, uma mutreta dos responsáveis por esta vergonha na Polícia Federal, ávidos por ficarem de “pais” dos escândalos que adviriam disso, pois é evidente que tudo o que Cabral disser será tomado como verdade.

A delação premiada virou uma arma poderosa na mão de bandidos notórios.

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