Por Fernando Brito no TIJOLAÇO
A moda “asno defecante” espalhou-se pelo governo.
Agora há pouco o ministro da Economia, Paulo Guedes, despejou outra pérola diplomática.
“Desde quando o Brasil para crescer precisou da Argentina?”, disparou sobre as dificuldades do nosso vizinho, que é “apenas” o terceiro maior parceiro comercial do país.
A chuva de asneiras continuou, afirmando que pouco importa se o dólar “vai a R$ 3,30 ou R$ 4,30” e que isso pode ser vantajoso se “exportarmos menos soja e mais sapatos”.
O energúmeno esquece que a Argentina não importa um grão de soja sequer do Brasil mas, em compensação, era, ano passado, a maior importadora de nossos sapatos, embora isso tenha sofrido alguma queda com a crise naquele país e sido ultrapassada pelas compras dos Estados Unidos, ainda é o segundo maior comprador de nossa indústria calçadista, com compras, no 1° semestre deste ano, de 54,7 milhões de dólares.
Vá colecionando as sapatadas diplomáticas do Brasil nos últimos dias: França, Alemanha, Noruega e, agora, os argentinos.
Anos, décadas de esforços diplomáticos – nos anos 90, o Brasil teve de enfrentar as reivindicações protecionista da indústria calçadista argentina – estão sendo jogados fora, para que os governantes brasileiros possam se comportar como adolescentes valentões.