Base de foguetes para os EUA; nada de foguetes para o Brasil

Por Fernando Brito no TIJOLAÇO

O acordo assinado com os Estados Unidos para o uso da Base Aeroespacial de Alcântara, divulgado hoje, é a vergonha que se previa.

Nem tanto pela franquia irrestrita dos norte-americanos, sem aviso prévio sequer aos brasileiros, viralatice que era uma exigência deles para que seus segredos tecnológicos (e quem sabe, nem só estes).

O mais grave é que eles se atrevem a dizer em que poderemos usar o dinheiro pago pelo uso da base.

Podemos – obrigado, buana – aplicar em nosso programa espacial mas, jamais, em veículos lançadores de satélite.

Não pense que é só para, desenvolvendo satélites, os tenhamos de depender dos “táxis” norte-americanos para pô-los em órbita. Até porque França, China e Rússia também podem alugar vetores de lançamento.

É por outra razão, bem fácil de entender: o Brasil não pode desenvolver capacidade balística.

O desenvolvimento de foguetes é o mesmo, tanto para a área espacial quanto para a a indústria de defesa e esta indústria está vedada aos brasileiros.

A ironia suprema é que isso está acontecendo num governo que se exerce sob a hegemonia dos militares que, em tese, sabem que a capacidade balística de um país é o principal fator de dissuação de ameaças bélicas a um país.

Alguém acha que Donald Trump passou a dar conversas a Coreia do Norte porque, como Michael Jordan, passou a achar o Kim Jong-un uma cara simpático, fã do Chicago Bulls ou porque ele lançou foguetes de longo alcance?

Pois o nosso governo e os nossos chefes militares devem achar que não, pelo fato de aceitarem que não podem investir em foguetes.

Será que preferem “arminha”?

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