‘Se não tiver dinheiro não tem votos’

Candidatos, cabos eleitorais e eleitores – personagens diretos do processo eleitoral – sabem que vender votos é crime com pena prevista que pode chegar a reclusão de 4 quatro anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa.

Segundo o art. 299 do Código Eleitoral é considerado crime eleitoral “dar, oferecer, prometer, solicitar ou receber, para si ou para outrem, dinheiro, dádiva, ou qualquer outra vantagem, para obter ou dar voto e para conseguir ou prometer abstenção, ainda que a oferta não seja aceita”.

Porém, muito dos que estão envolvidos na campanha eleitoral – como candidatos ou apoiadores – já em curso estão agindo como se a lei que coíbe essa prática nefasta e criminosa foi feita para não ser cumprida.

Aqui em Araioses a coisa parece fora de controle. O mercado do voto está alto e tem gente que hora está com um, mas se aparecer melhor oferta de outro muda de lado mais fácil do que muda de camisa.

Os supostos líderes fazem de tudo para mostrar aos interessados que tem votos e usam de várias artimanhas para esse fim. Recentemente, um suposto líder de uma comunidade da zona rural de Araioses ofereceu 100 reais para cada motoqueiro que quisesse acompanhar sua candidata de um determinado posto de combustível até o povoado.

Quem esteve no dia e local do evento diz que contou mais de 200 motos, vindas algumas de outras cidades. São vários os atrativos criados para impressionar de forma infalível – segundo dizem – para aumentar o “cachê” do vale tudo.

Essa prática não é nova e tem feito um estrago que não tem mais tamanho na vida do município. O círculo vicioso mais uma vez está formado, onde no final vamos ter um eleitor que por ter vendido seu voto não tem moral para cobrar nada; da suposta liderança que fez do processo eleitoral um balcão negócios e do candidato que se eleito, não tem mais obrigação com ninguém, pois os votos que teve naquela cidade lhe custaram muito caro.

Passada a eleição vem à ressaca, pois aí como sempre, o povo e o município vão continuar sem representação na área estadual e federal.

A triste saga continua e ainda vamos ter de conviver com gente que fazem da política um meio de vida e mais ainda, são os que mais criticam, mesmo sem moral para isso.

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