Datafolha: 71% dos brasileiros são contra reforma da Previdência

Jornal do Brasil

Uma pesquisa realizada pelo Datafolha revelou que sete em cada dez brasileiros se dizem contrários à reforma da Previdência. A rejeição entre os funcionários públicos chega a 83%, que representam 6% da amostra. O sentimento antirreforma é grande em todos os grupos sociodemográficos.

A taxa é alta entre mulheres (73%), brasileiros que recebem entre 2 e 5 salários mínimos (74%), jovens de 25 a 34 anos (76%) e os com ensino superior (76%).

Foram feitas 2.781 entrevistas em 172 municípios nesta quarta (26) e quinta (27) pelo Datafolha, antes das manifestações da greve geral ocorridas na última sexta-feira (28). A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

No entanto, caiu a parcela dos brasileiros que considera que a população hoje se aposenta mais tarde do que deveria. Eram 59% no ano passado, e hoje são 52%. Os que consideram que a retirada do mercado de trabalho se dá na idade adequada passaram de 27% para 38%.

O sentimento antirreforma da Previdência é comum em todos os grupos entrevistados

O sentimento antirreforma da Previdência é comum em todos os grupos entrevistados

Apesar do índice de rejeição, a maioria dos entrevistados concordou com alguns tópicos que ainda estão em discussão no Congresso. É o caso, por exemplo, das regras diferenciadas que permitem aos professores se aposentar cinco anos mais cedo do que outros trabalhadores.

A proposta original do governo previa que os requisitos para aposentadoria seriam os mesmos para todas as profissões, gêneros e setor de trabalho, com exceção de policiais militares estaduais e membros das Forças Armadas.

A maioria dos entrevistados pelo Datafolha é contra essa diferença nos casos de professores (54%), policiais (55%) e militares (58%). No caso dos trabalhadores rurais, 52% dos brasileiros querem que eles continuem se aposentando mais cedo, condição também mantida no projeto do relator da reforma na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA).

A reforma da Previdência foi proposta pelo governo em dezembro de 2016, com a justificativa de que o envelhecimento da população brasileira tornará suas contas insustentáveis.

O projeto atualmente em discussão na Câmara dos Deputados, que já sofreu alterações na proposta original do governo, precisa ser aprovado por 60% dos deputados e dos senadores em duas votações para entrar em vigor.

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