“Vazamentos seletivos ocorrem quando vêm à tona novas suspeitas contra artífices do Golpe”
A ex-presidente Dilma Rousseff, através de sua assessoria de imprensa, divulgou nota nesta quinta-feira (2) rebatendo o depoimento que Marcelo Odebrecht, ex-presidente da Odebrecht, prestou ao Tribunal Superior Eleitoral na quarta-feira (1). As declarações de Marcelo estavam sob sigilo, mas trechos vazaram para a imprensa.
Marcelo Odebrecht afirmou que 4/5 dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014 vieram de caixa 2. Marcelo teria afirmado ainda que parte do pagamento foi feito ao então marqueteiro do PT, João Santana. A audiência ocorreu sob o comando do ministro Herman Benjamin, relator do processo, na sede do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
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O valor acertado para a campanha presidencial da chapa teria sido de R$ 150 milhões. Ainda segundo o depoimento, R$ 50 milhões seriam dados em contrapartida pela votação da Medida Provisória do Refis, encaminhada ao Congresso em 2009, e que beneficiou a Braskem, empresa controlada pela Odebrecht.
“Vazamentos seletivos ocorrem quando vêm à tona novas suspeitas contra artífices do Golpe”, diz Dilma Rousseff
Na nota, Dilma afirma que é mentirosa a informação de que ela teria pedido recursos a Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, “ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.”
Ainda segundo a nota, também não é verdade que Dilma tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante “junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais. Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.”
Dilma questiona o vazamento seletivo do depoimento de Marcelo Odebrecht: “Estranhamente, são divulgadas à imprensa, sempre de maneira seletiva, trechos de declarações ou informações truncadas. E ocorrem justamente quando vêm à tona novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta da República.”
A ex-presidente reforça ainda que todas as doações às suas campanhas foram feitas de acordo com a legislação, “tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.”
Leia a íntegra da nota:
- É mentirosa a informação de que Dilma Rousseff teria pedido recursos ao senhor Marcelo Odebrecht ou a quaisquer empresários, ou mesmo autorizado pagamentos a prestadores de serviços fora do país, ou por meio de caixa dois, durante as campanhas presidenciais de 2010 e 2014.
- Também não é verdade que Dilma Rousseff tenha indicado o ex-ministro Guido Mantega como seu representante junto a qualquer empresa tendo como objetivo a arrecadação financeira para as campanhas presidenciais. Nas duas eleições, foram designados tesoureiros, de acordo com a legislação. O próprio ex-ministro Guido Mantega desmentiu tal informação.
- A insistência em impor à ex-presidenta uma conduta suspeita ou lesiva à democracia ou ao processo eleitoral é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.
- Estranhamente, são divulgadas à imprensa, sempre de maneira seletiva, trechos de declarações ou informações truncadas. E ocorrem justamente quando vêm à tona novas suspeitas contra os artífices do Golpe de 2016, que resultou no impeachment da ex-presidenta da República.
- Dilma Rousseff tem a certeza de que a verdade irá prevalecer e o caráter lesivo das acusações infundadas será reparado na própria Justiça.
- Por fim, cabe reiterar que todas as doações às campanhas de Dilma Rousseff foram feitas de acordo com a legislação, tendo as duas prestações de contas sido aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral.