Com a morte do ex-prefeito Olímpio, morre também parte da história política de Araioses

Nas primeiras horas de ontem (21), morreu o ex-prefeito de Araioses Olímpio Jacinto da Cunha, aos 103 anos de idade. Com seu falecimento morre também uma grande parte da história política do município.

Olímpio Jacinto da Cunha

Olímpio Jacinto da Cunha

Seu Olímpio foi uma das últimas grandes lideranças políticas de Araioses, em um tempo onde a palavra de um homem estava acima de qualquer valor material. Atuou politicamente junto a homens como Silvio Freitas Diniz, Oscar de Freitas, Sebastião Furtado, Leônidas Quaresma, Tito Ferreira Gomes, entre outros, não necessariamente do mesmo lado.

Foi vereador por vários mandatos e em 1982 se elegeu vice-prefeito na chapa que tinha como titular Tito Ferreira Gomes, que já havia sido prefeito de Araioses na década de 60. Naquele pleito eles venceram o candidato de Zé Tudes, Chagas Paixão, que viria ser eleito prefeito de Araioses em 1996, apoiado por Vicente de Paula Moura.

ARENA e MDB

Seu Olímpio que fez parte do grupo dos Freitas até o ano de 1976, tentou a eleição de prefeito de Araioses naquele ano pela legenda do MDB. Como regime brasileiro era bipartidário naquela época, só existiam duas legendas: ARENA – Aliança Renovadora Nacional e MDB – Movimento Democrático Brasileiro. Para agregar as lideranças divergentes nos municípios a Ditadura Militar, que governava o País naqueles anos, impôs as sublegendas permitindo até três candidatos por partido.

Naquele ano de 1976 a Arena teve três candidatos: Tito Ferreira Gomes, Chico Machado e Raimundo Ribeiro. Já o MDB disputou com dois, Zé Tudes e Olímpio Jacinto da Cunha. Ao final, Tito foi o mais votado, porém o eleito foi Zé Tudes, pois os dois candidatos do MDB tiveram mais votos do que os três da ARENA.

Dizem os que viveram aquelas eleições de perto que o Olímpio era o favorito a vitória dentro do grupo dos Freitas e que uma ação as vésperas do pleito por parte de Silvio de Freitas em favor de Zé Tude, é que lhe tirou o mandato. Insatisfeito largou a o MDB e passou para ARENA, partido que Zé Tudes, como prefeito, a seguir também aderiu.

Olímpio Jacinto da Cunha exerceu o cargo de prefeito de Araioses por pouco tempo, apenas terminou o mandato de Tito Ferreira Gomes que foi afastado pela Justiça de Araioses no ano de 1988.

Assassinato 

Seu Olímpio poderia ter um herdeiro político, se não fosse um assassinato que abalou com as estruturas políticas de Araioses no início do ano de 1985. Seu filho, José Maria da Cunha era vereador e já despontava como o mais provável futuro prefeito de Araioses a ser eleito em 1988.

Porém, numa atitude radical e que surpreendente assassinou friamente Antonio Rodrigues – que também queria disputar a eleição de prefeito de Araioses – ao lado do posto telefônico da TELMA, aonde hoje está à torre da OI. Após cometer o crime fugiu para local ignorado e nunca mais retornou a Araioses, jogando para bem longe uma carreira política que poderia ter sido brilhante.

Como pessoa e como político, Olímpio Jacinto da Cunha foi uma criatura amável e simpática que procurou ao longo de sua vida servir mais do que ser servido.

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