Presidente do TRE do Maranhão é suspeito de fazer campanha

O desembargador Antonio Guerreiro Junior, presidente do TRE do Maranhão, ao lado da candidata à prefeitura de Bacabal Giselle Velloso (Facebook/Reprodução)

O desembargador Antonio Guerreiro Junior, presidente do TRE do Maranhão, ao lado da candidata à prefeitura de Bacabal Giselle Velloso (Facebook/Reprodução)

Da Revista Veja – O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, o desembargador Antonio Pacheco Guerreiro Junior, a quem cabe a tarefa de julgar políticos nas eleições, tem feito campanha abertamente para uma pré-candidata. Tanto em eventos quanto em posts nas redes sociais, Guerreiro se tornou um dos maiores cabos eleitorais de Giselle Velloso (PR), pré-candidata à prefeitura de Bacabal, cidade com 100 000 habitantes a 240 quilômetros de São Luís.

Além de levantar questionamentos sobre sua imparcialidade, a atuação dele fere a Constituição, segundo promotores e juízes locais — é vedado a qualquer juiz exercer atividade político-partidária, sob pena de perda do cargo.

No último mês, o desembargador conclamou no Facebook os eleitores bacabalenses a apoiar a pré-candidata, sua amiga íntima. “Com Giselle Velloso todos nós, que vivemos e amamos essa linda e maravilhosa cidade, teremos vez e voz”, postou. “Giselle Velloso conta com a participação de todos e aguarda a colaboração específica de cada profissional… Precisamos urgentemente desses dados para montarmos um programa de governo que possa atender toda a nossa combalida e destroçada cidade”. Ao final da mensagem, foi ainda mais enfático: “Participe dessa corrente e se integre à candidatura Giselle Velloso”.

Fora das redes sociais, o desembargador participou, ao lado da pré-candidata, de alguns atos beneficentes típicos de políticos populistas. No dia das mães, ambos organizaram uma comemoração no mercado central de Bacabal com doces, sucos, banda de música e entrega de rosas e presentes. Na Páscoa, Giselle percorreu debaixo de chuva bairros carentes da cidade para distribuir peixes doados pelo magistrado. Procurado, o desembargador não respondeu ao pedido de entrevista.

Do blog de John Cutrim

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