Do blog de Lígia Teixeira

Edison Lobão

Encerrada a eleição, a presidente Dilma se depara com um grande problema nas mãos: o que fazer com o ainda ministro de Minas e Energia, Senador Edson Lobão (PMDB).

Sumido de Brasília desde que o escândalo da Petrobras estourou, em setembro, Lobão, seu filho, Edinho, e a governadora Roseana Sarney foram citados pelo doleiro Alberto Youssef como beneficiários de um grade esquema de corrupção na estatal que teria desviado R$ 10 bilhões.

Dentro do grupo Sarney, a grande esperança é que as acusações contra o ministro Lobão não vinguem e a presidente o mantenha onde ele está. Mas, como a tendência na mídia é a de que a pauta sobre a operação Lava a Jato se torne ainda mais intensa, Dilma terá que decidir se continuará a sofrer o desgaste, ou se incorporará o espírito do início de seu primeiro mandato, quando afastou seis ministros envolvidos em escândalos.

Com o país dividido e um forte clima de desconfiança, Dilma precisará retomar o diálogo com a sociedade para conseguir conduzir o segundo mandato, que promete ser duríssimo. A presidente reconheceu durante a campanha que há indícios de desvios na Petrobras e garantiu que não será conivente com atos de corrupção, isso significa que se Lobão for novamente citado, correrá o risco de ser rifado.

Para Lobão há poucas possibilidades. Ele já anunciou que não pretende continuar na política e sondou uma possível renúncia para garantir mandato e imunidade ao filho, também envolvido no escândalo. A questão é que se renunciar, Lobão também ficará sem foro privilegiado.

Nas negociações que envolvem o futuro do PMDB no governo, o  partido de Lobão elegeu 7 novos governadores, que exigirão espaço maior em troca de apoio à presidente. Nesse cenário, Lobão também perde espaço, já que o filho foi derrotado no Maranhão.

Em resumo: o ministro Edson Lobão depende de uma soma de fatores para ter a esperança de continuar próximo ao governo federal. Sua parte, ele já está fazendo, ficando calado sem chamar a atenção.