Itamagu – A indecência da legalidade

Como em todos os municípios brasileiros Araioses tem muitas entidades os seguimentos que vem a ser a sociedade organizada. São sindicatos, associações, colônias de pescadores e partidos políticos. Sindicatos e partidos políticos é fácil saber quantos são porem o número de associações fica muito mais difícil.

Essas entidades que oficialmente existem são organizadas e regidas por estatutos que são ignorados pela maioria de seus sócios. Muitos assinam uma ficha de filiação dessas entidades sem conhecer praticamente nada a respeito delas.

Aqui em Araioses não é difícil entrar em um dos sindicatos existentes. Tem deles que já fez até campanha de filiação para aumentar seu quadro de sócios. Porém o mesmo não ocorre com determinadas associações e determinados partidos políticos. Tem associação e partido político que só entra quem o “dono” daquela entidade quiser. É o que se pode chamar de clube fechado onde os vetos a uma ou outra pessoa é regra posta em prática se a menor cerimônia.

As “assembléias” que constituem as “diretorias” dessas entidades, embora seja uma exigência legal, elas não chegam ao conhecimento de todos que tem direito ao voto para que o “dono” não corra o risco de perder o comando delas. Os “Editais” de convocação não são de conhecimento público.

Quando se trata de algo como prestação de contas ou eleição de nova diretoria os prazos não são respeitados e quando ele é “publicado” com data retroativa e o evento vai ocorrer dentro de poucas horas. Em determinado item ta lá escrito: “em primeira convocação com no mínimo tantos sócios e em segunda e última convocação com qualquer número de sócios”. É um artifício muito usado para aquele pelego continuar “dono” daquela entidade.

Aqui tem partido político que o “dono” o mantém fechado para quem possa representar qualquer perigo para ele, ou seja, alguém que pense diferente e não reze de acordo com seu rosário. Se por um momento surja alguém que mostre independência de ideias ou vontades diferentes, todo tipo de manobra passa a ser adotado para inviabilizar qualquer pretensão de crescimento daquela liderança e se essas manobras não forem eficazes fabricar um meio de excluí-lo passa a ser a prioridade.

O Brasil é um país democrático, mas infelizmente a organização de certas entidades sociais de Araioses, que aqui estão legalizadas não usaram um processo democrático para serem constituídas e mantidas. As autoridades competentes deveriam acompanhar mais de perto o processo administrativo de certas associações e sindicato do município.

É preciso investigar, com todo o rigor – os motivos que são evidentes – onde o crescimento do patrimônio de certos dirigentes impressiona, onde passam a ostentar um padrão de vida anos luz acima do padrão de vida dos sócios dessas entidades que eles governam em regime fechado.

Uma entidade fechada, onde o ingresso a ela é praticamente impossível e tem suas diretorias como fruto de uma fraude, não tem moral para expulsar quem faz parte delas e diverge do “dono” dela e muito menos ter sob sua guarda patrimônio e prestação de serviço indispensável a grande parte da população.

A caixa-preta dessas entidades não estão tão difíceis de serem encontradas e muito menos de serem abertas. É preciso por um fim a indecência da legalidade, célula imperativa na existência de suas organizações.

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