Há um mês Décio Sá foi assassinado. A polícia optou por obscurecer em vez de esclarecer

Blog do Roberto Kenard

Hoje faz um mês que o jornalista Décio Sá foi assassinado na Avenida Litorânea. O que temos de concreto sobre o caso? Nada vezes nada.

Não é incomum a investigação de um crime ter seus pontos principais resguardados pela polícia. Mas a polícia o faz para que dados importante não vazem e beneficiem os suspeitos. Não é o que se passa com a investigação do assassinato de Décio Sá. Parece que a investigação virou segredo de Estado. Nada pode ser esclarecido à imprensa.

Por que até o momento não foi divulgado o retrato falado do assassino? A divulgação de um retrato falado ajuda na investigação, uma vez que é uma forma de envolver a sociedade na investigação.

Como após 30 dias do assassinato o retrato falado não foi divulgado, fica o seguinte: ou não existe ou existe mas não merece crédito.

Sabe-se que dois suspeitos estão presos (ou seriam quatro? Quando a polícia silencia, a notícia nasce do boato). Em que prejudicaria a investigação a apresentação dos suspeitos presos à imprensa? Em nada. Quem matou Décio Sá e quem mandou matar (se é que houve mandante ou mandantes) sabem da prisão dos suspeitos.

Uma coisa é guardar alguns segredos para proteger as investigações. Outra bem diferente é transformar tudo em escuridão. Conhecemos esse tipo de prática, ele era posto em prática na época da ditadura. E estamos numa democracia.

A Secretaria de Segurança, representada aqui pela polícia, deve, sim, satisfações à opinião pública. E a forma de mostrar que respeita o morto, os familiares do morto e a sociedade é pôr a imprensa a par do que se passa, resguardando o que deve ser resguardado na investigação.

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