O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai propor nesta quarta-feira aos 17 governadores do Nordeste e Norte, além do Mato Grosso, parceria para reduzir os índices de desigualdade social nestas regiões. Os temas em discussão são a mortalidade infantil, analfabetismo, agricultura familiar, registro civil, entre outros. O tom das discussões é para que os governadores e prefeitos abandonem a passividade e reajam em busca de soluções para resolver as dificuldades.
O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) afirmou que em março será firmado um compromisso entre União, Estados e municípios com o objetivo de diminuir os números negativos relativos aos indicadores sociais.
“Em março, vamos firmar um compromisso para acelerar [as alternativas que visam a] redução das desigualdades regionais”, disse Múcio. “[Já conseguimos muito], há muito o que comemorar, mas há muito o que fazer nesses dois anos [até as próximas eleições].”
Já a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) cobrou dos governadores que façam a sua parte, sem necessariamente esperar decisões do governo federal. “Daqui de Brasília, nós não superaremos essas desigualdades e diferenças porque é na ponta, onde vocês estão é que as questões se resolvem”, afirmou.
ReuniãoA reunião será realizada durante o dia inteiro, em duas etapas, no Palácio do Planalto. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará apenas da fase final das discussões.
Estão presentes na reunião os ministros Fernando Haddad (Educação), José Gomes Temporão (Saúde), Mangabeira Unger (Assuntos Extraordinários), Paulo Vannuchi (Direitos Humanos), Franklin Martins (Comunicação), Guilherme Cassel (Desenvolvimento Agrária), além de Dilma e Múcio.
Também participam da reunião dos governadores da Bahia, do Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, do Mato Grosso, do Ceará, do Pará, do Piauí, do Rio Grande do Norte, de Alagoas, do Acre, do Amazonas, de Rondônia, de Roraima, do Amapá e de Tocantins.
TemasAs discussões serão realizadas em dois grupos para debater os assuntos do Nordeste, em um local, e os do Norte e Mato Grosso, em outro. A iniciativa de chamar os governadores foi do próprio presidente, após ver os dados do Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio, do IBGE) divulgados no final do ano passado, referentes a 2007.
Para o governo federal, as taxas de analfabetismo e mortalidade infantil no Brasil ainda são elevadas na comparação com outros países latino-americanos, e os piores dados são localizados no Norte e Nordeste.
Com os técnicos do governo, serão apresentadas sugestões e também recebidas críticas, segundo Dilma. “Estamos aqui numa parceria que é fundamental. Nós temos que tornar esses investimentos [que são repassados para os Estados] mais ágeis”, disse ela.
O objetivo, segundo interlocutores do Planalto, é estabelecer metas de redução dos dados negativos para as duas regiões e assim, elevar a média nacional.
Publicado em O Imparcial