Fazer 75 anos é um motivo para comemorar. Afinal, vivemos em constante aprendizagem e é esta característica que fortalece a cultura de um povo, permite o engrandecimento da sua gente e o crescimento das suas riquezas. No último dia 29 de março Araioses completou esta idade de emancipação política e foi com muita festa que a Prefeitura Municipal comemorou no dia 30 (em função do feriado na sexta feira da paixão), esta data tão especial.
Na Secretaria de Educação o movimento foi por imprimir o ritmo que se espera que seja implementado nas escolas locais: o conhecimento sempre como mote e como vetor das demais ações.
Foi com este foco que a Secretária de Educação Jaqueline Carneiro, juntamente com sua equipe, organizou a Gincana do Conhecimento, com o título: uma Araioses para o futuro.
Fazer gincana em eventos comemorativos como o aniversário da cidade já é algo rotineiro, mas nesta versão, a metodologia seguida privilegiou perguntas e respostas com conteúdos de história, geografia, matemática, português, ciências e conhecimentos gerais e algumas tarefas que foram desenvolvidas no próprio local do evento, evitando assim que possíveis deslocamentos colocassem os participantes em risco.
As perguntas e respostas serviram para dinamizar a aprendizagem, tornar lúdico o conhecimento e fomentar a curiosidade; já as tarefas, tiveram como propósito desenvolver competências tais como: agilidade, controle emocional, espírito de equipe e criatividade.
Durante todo o evento foi possível perceber o comprometimento das equipes, o envolvimento dos professores e o empenho dos Diretores.
Foram muitos os pontos positivos resultantes deste momento e dentre eles podem ser citados: o número de escolas participantes, o quantitativo de professores presentes, o total de alunos compondo as equipes, a presença pela primeira vez das escolas dos pólos São Paulo, Pirangi, Novo Horizonte e Canárias e até mesmo o fato de que as colocações finais foram bem distribuídas. Os primeiro, segundo e terceiro lugares ficaram distribuídos entre Cana Brava, João Peres e sede do município, nesta ordem.
A garra, a força de vontade, a alegria, a competição saudável e o espírito de cooperação foram elementos presentes durante todo o evento.
A Unidade Escolar Manoel Chandelles, situada em Cana Brava e que tem como Gestora Thamires Vilela levou o primeiro lugar na competição e para Thamires, esta foi uma demonstração de que quando existe uma vontade e um objetivo, aliados ao conhecimento, não é difícil vencer desafios; de João Peres saiu o segundo colocado, equipe comandada pelo Gestor Lindon Jhonsson, da Unidade Escolar Marcones Caldas; a sede esteve bem representada no pódio pela Unidade Escolar Gonçalves Dias, que teve durante toda a competição a vibração e a motivação trazidas pela gestora Maria da Conceição Lima.
Foi um dia de grande movimento e de grandes conquistas. Para a Secretária Jaqueline Pimentel esta foi apenas a primeira gincana que a cada ano será aperfeiçoada. O primeiro evento realizado com um propósito diferente do usual é sempre um laboratório, uma experiência a ser melhorada continuamente. Para ela, o propósito maior foi atingido: houve a participação de 10 escolas, com integrantes do 6º ao 9º ano e todos mostrando bastante garra para competir e vencer. É deste movimento que o município precisa, é da vontade de querer vencer, é da motivação para fazer melhor e da indignação quando o resultado alcançado não for o melhor, não for o esperado. Se este espírito tomar forma e influenciar o ensino de Araioses, com certeza teremos adolescentes competitivos e em busca de melhorar sempre.
Araioses fez 75 anos e fica aqui a certeza de que esta nova geração conduzirá os próximos anos com muito mais empenho e doação para que o futuro seja sempre melhor. Estão de parabéns todas as escolas, alunos, professores, gestores escolares e pais que estarão nos próximos anos trabalhando pelo conhecimento.
Foto 1: Unidade Escolar Manoel Chandelles, de Cana Brava, a campeã, Foto 2: Unidade Escolar Marcones Caldas de João Peres, a segunda colocada e Foto 3: Unidade Escolar Gonçalves Dias, situada no bairro Conceição, completou o pódio.
á foi tempo que ensinar era ficar em cima
do tablado lançando informações enquanto
os alunos prestavam atenção e anotavam
tudo no caderno. Quem pensou que isso iria
demorar a acabar estava enganado. O professor
que por força do sistema permanece com essa
didática tem que disputar a atenção com jogos
eletrônicos, celulares com as mais recentes
tecnologias, MP3 e seus infinitos números que
surgem a cada piscar de olhos. Os eletrônicos
atraem a atenção dos jovens e “atrapalham”
aquele que é colocado como centro das
atenções: o professor. Se a palavra da moda é
interatividade, as aulas expositivas estão cada
vez mais longes disso. Os jovens não estão mais
dispostos a escutar o mestre falando por 50
(cinqüenta) minutos ou até 3 (três) horas sem
interrupções.
Como afirma Trajber & Costa (2001) a
escola parece insistir em ensinar basicamente
contando com a palavra oral e escrita. Enquanto
os meios de comunicação de massa continuam a
bombardear adultos e crianças, a escola ainda
encontra dificuldades em trabalhar com eles.
Os alunos querem interagir, produzir e
criar. Se por um lado existe essa mudança
cultural, por outro o vestibular poda essa
interatividade. Infelizmente, passa no processo
seletivo quem acumula a maior carga de
informações. O problema é que essas
informações não são trabalhadas de forma
crítica e criativa. Isso pode refletir na formação
de profissionais sem iniciativa que inclusive
podem apresentar dificuldades em expressar
seus pontos de vista.
Se não podemos mudar o modo de
avaliação do vestibular, devemos refletir sobre
as questões que envolvam a construção do
conhecimento, além de pensarmos em formas de
apresentar aos jovens aulas mais dinâmicas, de
forma que o êxito em exames de seleção seja o
reflexo de uma aprendizagem efetiva.
Pensando nisso, a produção de
documentários em sala de aula se torna uma
excelente ferramenta e um grande aliado na
educação, podendo aumentar o interesse dos
alunos pelos conteúdos abordados em sala. A
quantidade de assuntos que poderão ser tratados
com a produção de vídeos não tem limite. Todas
as disciplinas podem e devem trabalhar seus
conteúdos com base no audiovisual, porém, é
importante ressaltar que o conteúdo não deve
ser substituído plenamente pela produção. Deve,
sim, aliar as aulas expositivas com trabalhos
práticos e de cunho inovador.
Quando o assunto é
interdisciplinaridade, o vídeo se apresenta como
um ótimo recurso, pois a escolha do tema do
vídeo pode ser feito através de parcerias com
diversas disciplinas. Um bom exemplo para
demonstrar a interação entre diversas disciplinas
seria o tema que aborda a destruição da Mata
Atlântica e a extinção de espécies. Os alunos
podem estudar e pesquisar um pouco de história
e geografia do Brasil, realizar análises
numéricas de gráficos, estudar e pesquisar a
legislação ambiental, rever tópicos da biologia,
entre outras disciplinas. A criatividade é a
palavra que deve calcar a escolha do tema, que
deve ser feita preferencialmente com elementos
regionais.
Não existe uma forma única ou um
manual de produção de vídeos para os
professores e alunos seguirem. O mesmo tema
pode ser abordado de diversas formas. No
exemplo anterior um grupo pode escolher filmar
profissionais ligados à área e criar o diálogo
entre eles, ou simplesmente entrevistar pessoas
que moram próximas às áreas preservadas e
questionar a presença e/ou ausência de
determinados animais, a frequência de
aparições, ou outras questões levantadas durante
o trabalho.
A maior preocupação do professor
deve ser em relação à viabilidade do trabalho.
Neste sentido, a proximidade com o objeto de
estudo deve ser crucial para não propiciar
possíveis frustrações nos alunos. O mesmo valor
de importância tem que ser dado ao acesso aos
equipamentos. Obviamente os alunos de escolas
particulares terão mais facilidade em adquirir
filmadoras e computadores, mas é importante
lembrar que o formato em que será produzido o
documentário não é mais importante que o
Atualmente, são poucos ou inexistentes os
mecanismos que contribuem para uma
intervenção da sociedade nos conteúdos
programáticos dos meios de comunicação. De
acordo com Pereira (2009) somente a partir de
2003 o Ministério da Cultura passou a
desenvolver ações voltadas para a televisão
aberta e para a televisão pública. Porém, essas
ações são pontuais quando comparadas com os
impérios das emissoras nacionais e a
supremacia decisiva da Rede Globo de TV,
sendo ameaçada atualmente pelo crescimento
vertiginoso da Rede Record.
Nesse contexto, a realização de atividades
planejadas no cotidiano escolar torna o aluno
sujeito ativo no processo de produção do
conteúdo, contribuindo para a formação de um
cidadão mais crítico frente às manipulações da
informação.
Na crença de que é preciso promover o
acesso aos meios de produção, propiciar
estímulos e fortalecer o potencial criativo dos
jovens brasileiros e o conceito da comunicação
como um direito inalienável, foi apresentada a
carta aberta da I Conferência Nacional Livre
“Juventude e Comunicação, em São Paulo, no
dia 25 de julho de 2009, com as seguintes
propostas, entre outras:
(i) Criar centrais públicas de produção e
formação em comunicação, com disponibilização
de equipamentos para interessados em construir
seus próprios produtos;
(ii) Ampliar fundos públicos permanentes e com
volume significativo de recursos para produção e
veiculação de conteúdo realizado pela juventude;
(iii) Criar um Conselho Nacional de
Comunicação com ampla participação da
sociedade civil, inclusive da juventude, para
regulação dos meios de comunicação e das
concessões, com mecanismos para evitar a
predominância de interesses particulares no
interior desse conselho;
(iv) Garantir que a comunicação seja pautada nos
espaços de educação formal.
(v) Democratizar a gestão das emissoras públicas
e comunitárias com o fortalecimento da produção
coletiva e compartilhada.
Silvio Cisterna PY2LC