VÍDEO: “Bolsonaro é esquisito, mas me deu uma mãozinha”, diz acusado de matar Marielle

Ronnie Lessa, ex-PM acusado de matar Marielle, em entrevista à Veja.                 Foto: Reprodução

Por Davi Nogueira/DCM

O policial reformado Ronnie Lessa, preso desde 2020 acusado de assassinar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, falou sobre sua relação com o presidente Jair Bolsonaro (PL) em entrevista exclusiva à Veja. Apesar de ter sido ajudado pelo atual chefe do Executivo em 2009, quando perdeu parte da perna na explosão de uma bomba em seu carro, o ex-PM disse que não é próximo dele. Os dois eram vizinhos no condomínio Vivendas da Barra, na Zona Sul do Rio

“É um cara esquisito. Se vi cinco vezes na vida, foi muito. Um dia cumprimenta, outro não, e mesmo assim só com a mãozinha. E nunca vi os filhos dele”, afirmou, após citar outra ocasião em que foi ajudado pelo presidente. O mandatário intercedeu a seu favor para que ele fosse atendido na Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR), no Rio de Janeiro. “Bolsonaro era patrono da ABBR. Quando soube o que aconteceu, interferiu. Ele gosta de ajudar a polícia porque é quem o botou no poder. Podia ser qualquer outro policial”, disse.

Na entrevista, Lessa negou que tenha matado Marielle, e atribuiu a intermediação do crime ao miliciano Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope, que era próximo ao clã Bolsonaro e foi morto em ação da Polícia Militar da Bahia.

Confira:

Ronnie Lessa se defende sobre assassinato de Marielle

O ex-PM garantiu que o grupo do miliciano foi o autor do crime. Lessa disse ter “quase certeza” sobre isso.

“Ele estava num patamar em que não entrava mais num carro para dar tiro em ninguém, mas tenho quase certeza de que o grupo dele fez”, diz Lessa em relação à milícia armada “Escritório do Crime”.

Na versão do policial, Adriano quis se vingar por Lessa não tê-lo aceito como sócio em uma academia de ginástica da qual era dono em Rio das Pedras, área de atuação do miliciano. Contudo, as suspeitas recaíram sobre ele próprio, ao ter a organização do Escritório do Crime relacionada ao seu nome.

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