Itália pede prisão internacional e extradição de Robinho, condenado por estupro

Advogado da vítima disse não descartar acordo entre as autoridades do Brasil e da Itália para que Robinho cumpra pena prisão brasileira

Por Clara Assunção/Rede Brasil Atual

São Paulo – O Ministério Público de Milão, na Itália, divulgou ordem de prisão internacional e solicitou a extradição de Robinho, de 37 anos. O jogador de futebol foi condenado pela justiça do país por violência sexual em grupo cometida contra uma mulher albanesa em uma boate de Milão, em janeiro de 2013. Com o mandado de detenção internacional, o atacante não poderá viajar para países com os quais a Itália tem acordos de extradição. As informações são da agência France Presse (AFP).

Em 19 de janeiro, Robinho recebeu a sentença definitiva pelo crime na Corte de Cassação de Roma, a terceira e última instância da Justiça italiana. Além dele, a sentença atinge seu amigo Ricardo Falco. Apesar do pedido de extradição, a Constituição de 1988 não permite que brasileiros natos sejam extraditados. Ainda assim, o advogado da vítima, Jacopo Gnocchi, disse à AFP não descartar a possibilidade de um acordo entre as autoridades do dois países para que Robinho e Ricardo cumpram a pena em uma penitenciária do Brasil.

No caso de um acordo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) terá de homologar a sentença estrangeira, e não há prazo para o processo. Contudo, a defesa da vítima considera que não importa o local de cumprimento da pena de prisão de Robinho. “Para nós, não muda se ele cumpre a condenação na Itália ou no Brasil, o importante é que cumpra, sobretudo pelo crime cometido, para proteger as mulheres”.

Relembre o caso

Na época com 23 anos, a vítima denunciou ter sido embriagada. Depois sofreu abuso sexual por seis homens enquanto estava inconsciente. O processo judicial foi aberto em 2016, mas desde então Robinho não compareceu a nenhuma audiência. Acabou condenado em primeira instância já no ano seguinte.

Em 2020, o Santos só suspendeu o contrato com o atacante, mas depois de pressionado pela repercussão negativa. Robinho teve expostas conversas gravadas – com autorização judicial durante a investigação – que revelaram que o jogador debochava da vítima e das denúncias. Em um dos trechos obtidos pela TV Globo, ao comentar sobre o julgamento, ele questionou “Vou lá depor para quê? Oito cara rangaram a mina (…). Ó que fase que eu tô”. Estou rindo porque não estou nem aí, a mulher estava completamente bêbada, não sabe nem o que aconteceu”, dizia ele.

Dois meses depois, veio da condenação dele e de Ricardo em segunda instância. Até o momento, o processo envolvendo os outros quatro homens acusados está suspenso, mas pode ser reaberto por decisão da Justiça italiana. Com o julgamento na terceira instância, a sentença de Robinho é definitiva e não cabe mais recurso.

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