Os mortos de Bolsonaro e os novos covardes da Covid

Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO

90,7% dos internados na rede SUS na cidade do Rio de Janeiro não completaram o esquema vacinal, incluindo a dose de reforço, e 43% não tomaram nem a primeira dose, informa a Secretaria de Saúde do município. Alguns deles vão morrer, porque apesar das bobagens que dizem, a Covid ômicron mata. Mais de 2 mil por dia nos EUA, 300 na Itália, 400 no Reino Unido e 250 na França, só hoje.

Pois estes mortos, mais do que os 620 mil que tivemos até agora, são vítimas diretas de um assassinato promovido diretamente pelo presidente da República, porque é gente que seguiu a sua constante e irrevogável oposição a que pessoas se vacinem.

Hoje ainda, ao dizer que a “ômicron tem uma letalidade muito baixa” e que ela seria ” bem-vinda” porque “pode sim sinalizar o fim da pandemia”, Jair Bolsonaro renovou o seu conselho mortal, anunciando que determinou que Marcelo Queiroga, seu estafeta na Saúde, faça uma campanha terrorista com alegados ”casos de efeitos colaterais causados por imunizantes”.

Fez ainda pior, ao desdenhar da morte de centenas de crianças pela Covid, para agarrar-se ao seu papel de Herodes:

“Trezentas e poucas crianças [mortas]… Lamento cada morte, ainda mais de criança, a gente sente muito mais, mas não justifica a vacinação pelos efeitos colaterais adversos que essas pessoas têm”.

Infelizmente, por conta do dinheiro que pretendem arrecadar, muitos governantes fazem, com menos explicitude, monstruosidades semelhantes.

No Rio, adia-se a óbvia decisão sobre festas particulares e o desfile das escolas de samba, como se fosse possível mantê-las com uma explosão de casos que dobram em um ou dois dias. Em São Paulo, “reduz-se” em 30% a lotação destes eventos: o salão com mil pessoas terá só 700 e, com isso, resolveu-se o problema da transmissão.

É tão imbecil e idiota que é impensável chamar de “comitê científico” um grupo de profissionais de saúde que concorde e avalize uma “providência” deste grau de estupidez.

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