Rua principal do centro comercial da cidade ficou alagada e até o prédio da Câmara Municipal de Mirador não foi poupado pelas fortes chuvas
Por g1 MA — São Luís
As últimas chuvas ocorridas na cidade de Mirador, a 485 km de São Luís, deixaram a cidade completamente inundada nesta terça-feira (4). O Rio Itapecuru, que corta o município, transbordou causando enchentes na localidade e também nos povoados que fazem parte de Mirador.
A rua principal do centro comercial da cidade ficou alagada e até o prédio da Câmara Municipal de Mirador não foi poupado pelas fortes chuvas. As salas, plenário e outros departamentos do órgão ficaram debaixo de água. Segundo os moradores, as chuvas vem ocorrendo desde o último dia 31 de dezembro de 2021.
Muitos moradores e comerciantes tiveram prejuízos e foram obrigados a retirar os seus pertences de última hora para evitar mais perdas. Como foi o caso do proprietário da fábrica de polpas de frutas, Odebes Sá, que diz que essa foi a maior cheia da história do nosso município. “Durante essas chuvas o nível da água aumentou mais de um metro e meio”.
O Corpo de Bombeiros de Balsas enviou uma equipe para a cidade de Mirador para auxiliar as famílias na remoção de seus bens. A Prefeitura está montando uma estrutura caso haja a necessidade de abrigar famílias que perderam as suas casas.
Por enquanto as pessoas que tiveram que sair de casa estão sendo levadas para casa de parentes. A Secretaria de Saúde está preocupada porque há um risco de um surto de doenças por causa das áreas alagadas do município.
Interdição de Rodovia
Mas não são apenas casas, comércios e até a Câmara Municipal de Mirador que vem sendo atingida com o aumento das chuvas nos últimos dias. Uma grande erosão cortou também, parcialmente, a BR-010, no km 228, na cidade de Governador Edison Lobão, entre os municípios de Porto Franco e Imperatriz, na região Tocantina do Maranhão.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a erosão surgiu durante a manhã dessa segunda-feira (3), por causa das fortes chuvas que atingem a região.
Desabrigados em Imperatriz
Em Imperatriz, a situação segue preocupante por causa da cheia do Rio Tocantins. Segundo a Superintendência da Defesa Civil de Imperatriz, até a manhã desta terça-feira (4), foi registrado que 229 famílias estão desabrigadas na cidade.
De acordo com o órgão, essas famílias representam um total de 823 pessoas que foram afetadas pelas cheias do Rio Tocantins e dos riachos que transbordaram em vários bairros da cidade.
Até agora, 229 famílias tiveram que deixar suas casas, com mais 25 famílias que foram alocadas durante a noite dessa segunda (3) para os abrigos improvisados pela prefeitura. As famílias desabrigadas estão distribuídas em escolas, igrejas e quadras de esporte.
De acordo com o 3° BBM, a forte chuva que caiu na madrugada desta terça causou diversos transtornos em Imperatriz e região. Duas árvores caíram na BR-010 próximo a Ribamar Fiquene obstruindo a via. Uma equipe se deslocou até o local e fez o corte total das árvores liberando o fluxo.
O dia na cidade amanheceu nublado e Imperatriz segue em alerta vermelho para chuvas nesta terça-feira (4).
Nessa segunda (3), o número de famílias desabrigadas e desalojadas era de 130. Segundo com o 3° BBM, no domingo (2), o nível do Rio Tocantins na régua do Cais do Porto, localizada na Beira Rio em Imperatriz, está em 9,2 metros.
Os moradores da região estão sendo retirados de suas casas. Uma equipe do 3° BBM realiza o resgate de algumas pessoas que precisam ser transportadas com auxílio de uma embarcação. Pois, com o alagamento das ruas, a população está usando barcos e canoas para se locomover nos espaços.
O nível do Rio Tocantins está mais de nove metros acima do normal. Mesmo com a situação, algumas pessoas ainda insistem e permanecem em suas casas.
De acordo com Eduardo Soares, secretário municipal de governo, a prefeitura de Imperatriz tem prestado todo apoio às famílias desabrigadas e desalojadas, e mantém um cadastro com as informações de todas elas atualizado. “As famílias que saem, a prefeitura faz o recolhimento dos seus pertences, dos seus móveis e utensílios, leva para o abrigo e o serviço social dá todo o amparo”, diz.