‘Dor de cabeça’, a razão de Bolsonaro para entregar a Petrobras

Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO

É inacreditável que a elite deste país ainda empreste algum nível de respeito ao governo Bolsonaro.

Agora cedo, disse à emissora oficiosa do Planalto, a Jovem Pan, que quer vender a Petrobras porque a empresa dá “dor de cabeça” ao governo e lucro aos acionistas, dos quais o maior é o próprio governo.

Só falta dizer: “vende essa droga aí, que só me dá aporrinhação”, embora dê ao país dezenas de bilhões de reais para investir em bem estar da população e progresso econômico.

Alguém precisa informar ao Sr. Jair que governar dá trabalho, não é só passear e moto, fazer lives dizendo bobagem e deixar a filharada “se dar bem”.

Alguém imagina que o presidente da Shell fosse dizer que venderia a empresa porque “dá dor de cabeça”. Ou que o rei da Arábia Saudita fosse dizer que não aguenta mais comprar aspirina e vai sair da Opep para não se aborrecer no palácio real?

O governo brrasileiro, como se vem dizendo aqui a tempos, perdeu toda a funcionalidade e resume-se em criar impasses e polêmicas, como nesta história de Paulo Guedes chamar o ministro “astronauta” Marcos Pontes, de “burro”. Talvez devesse usar a palavra para sí, que disse, que o dólar só riaia a 5 reais com “muita burrice”.

Que sobrou, aliás.

Se Jair Bolsonaro está preocupado com a “dor de cabeça”, o povo brasileiro está com “dor no bolso”, perdendo renda (10,2% segundo o IBGE) e aflito com o mês terminando e sem ter com que comprar comida.

Nada o impede de ir refrescar a cabeça fora do cargo que preguiçosamente ocupa.

Ao eleitor, seja de que corrente política, fica a pergunta: po que recontratar um gerente que, além de ruim, diz que o emprego dá muita dor de cabeça?

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