Ações da Petrobras caem mais de 4% após críticas de Bolsonaro

(crédito: Reprodução da Internet)

Por Marina Barbosa/Correio Braziliense

O mercado financeiro reagiu mal às críticas do presidente Jair Bolsonaro à Petrobras, que apontam para uma mudança na estatal nos próximos dias. O receio é de que a Petrobras seja alvo de uma interferência política capaz de reduzir sua governança. Por isso, as ações da empresa operam em queda nesta sexta-feira (19/02).

Os papéis da estatal estão em baixa desde o início do pregão desta sexta-feira e já caem mais de 4%. É uma das maiores quedas do pregão. A cautela em relação à Petrobras, associada às incertezas domésticas, ainda faz com que o Ibovespa opere na contramão do mercado mundial nesta sexta-feira. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) abriu em queda de cerca de 0,6%, aos 118.485 pontos, enquanto bolsas de todo o mundo avançam. Ainda assim, o dólar opera em leve recuo, de 0,06%, negociado a R$ 5,42.

O movimento do mercado nesta manhã é reflexo das últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro em relação à Petrobras. Incomodado com os aumentos dos combustíveis, que quase provocaram uma greve dos caminhoneiros neste mês, o mandatário prometeu, na live dessa quinta-feira, zerar os impostos federais que incidem sobre o diesel e o gás de cozinha e sugeriu uma interferência política na Petrobras. “Eu não posso interferir nem iria interferir na Petrobras. Se bem que alguma coisa vai acontecer na Petrobras nos próximos dias. Você tem que mudar alguma coisa, vai acontecer”, afirmou Bolsonaro.

“As recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro criticam o presidente da Petrobras pelo aumento de combustíveis e ainda indicam que algo pode acontecer na companhia nos próximos dias, o que gera um certo grau de incerteza por parte dos investidores com relação à possíveis mudanças na governança da empresa”, avaliou Luís Sales, analista da Guide Investimentos.

“Apesar de não ser possível avaliar impactos das declarações do Presidente, acreditamos que o mercado deverá reagir de maneira negativa, tendo em vista a maior percepção de riscos para a autonomia da estatal e de sua política de preços de combustíveis. Isso reforça nossa visão de maior cautela com a Petrobras”, reforçou a XP Investimentos, em relatório a investidores.

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