Elo entre agiotas e integrantes da bancada do MA deve levar Ágil Final para o STF

Três suspeitos – entre eles o ex-prefeito de Água Doce,  Rocha Filho (PDT) – de associação criminosa foram presos preventivamente pela Polícia Federal, ontem

Superintendência da PF do Maranhão

Deflagrada pela Polícia Federal, nessa quinta-feira 3, a Operação Ágil Final deve chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal), por conta do elo entre agiotas, lobistas e integrantes da bancada federal do Maranhão.

Para avançar nas investigações e evitar o trancamento do inquérito policial, a partir de informações colhidas no bojo da operação e em publicações da imprensa, os investigadores terão de ter autorização do Supremo, por meio da PGR (Procuradoria-Geral da República), em razão de foro privilegiado por prerrogativa de função dos parlamentares.

Parte dos suspeitos de associação criminosa foi presa preventivamente pela PF, ontem: o agiota Josival Cavalcante da Silva, o Pacovan; o vereador de Itapecuru Mirim, Abraão Nunes Martins Neto (PDT); e o ex-prefeito de Água Doce, Antônio Jose Silva Rocha (PDT).

De acordo com a PF, por meio de ameaças ao prefeito de São José de Ribamar, Eudes Sampaio (PTB), eles buscavam o pagamento de parte dos recursos públicos federais destinados ao município, sob o pretexto de ter influído na destinação das verbas.

É onde entram os integrantes da bancada federal do Maranhão, tanto da Câmara quanto do Senado.

Principalmente durante a pandemia do novo coronavírus, após a edição da Portaria 1.666, de 1° de julho de 2020 pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido), agiotas e lobistas —entre eles o famigerado João Batista Magalhães, o Magáiver— começaram a procurar de prefeitos do interior do Maranhão, inicialmente para negociar e depois para exigir o pagamento de até 30% de recursos federais transferidos para as contas das prefeituras.

As cobranças, porém, diferentemente do denunciado por Eudes Sampaio ao Ministério Público Federal, não teriam sido feitas por acaso. Por trás, existiria um perigoso esquema envolvendo integrantes da bancada federal maranhense, que, em paralelo às indicações ao destino da verba federal, teriam vendido esses recursos por até 20% do valor, recebendo à vista. Na outra ponta, já acertados com gestores municipais, lobistas e agiotas ficariam com o poder de indicar quais empresas, maior parte de fachada, deveriam ser contratadas para a compra de produtos ou execução de serviços, colocando no valor contratado o ágil final.

Fonte: Atual 7

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *