Flávio Dino diz que militares não aceitam críticas e que precisam “arcar com ônus de cargos públicos”

 

 

Governador do Maranhão, Flávio Dino, Gilmar Mendes (STF) e os militares (Foto: Brasil 247 | ABR)

247 – O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), comentou a crise entre o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e os militares do governo de Jair Bolsonaro, em entrevista à CNN.

Para ele,  Bolsonaro “não aceita controles institucionais. Estamos vendo isso com os militares. Não aceitam uma crítica. No momento em que querem assumir funções políticas, têm que aceitar ser criticados”.

“Gilmar Mendes apontou um problema grave que nós temos no Brasil que é essa altíssima ocupação do serviço público por militares”, reforçou.

O governador afirma que “Isso é de constitucionalidade duvidosa e se dá em vários âmbitos, como na área da Saúde”. Ele opina que as Forças Armadas, ao assumirem cargos políticos, “acabam ficando expostas a esse tipo de crítica”.

“Se eles têm os bônus, precisam ter os ônus, derivado dessa inusitada e inédita assunção pública, que talvez nem na ditadura militar fosse dessa largueza”, ressaltou.

Reações das Forças Armadas

A jornalista Mônica Bergamo informa que “no Exército, a impaciência é geral”. “Um dos militares que integram a cúpula da organização afirmou à coluna que Pazuello já deveria ter se retirado da ativa e que está ‘forçando a barra’ ao permanecer”, ressaltou.

O militar teria dito que a situação é “desconfortável”, fazendo com que o Exército fique “tomando pedrada”, como no caso do ministro Gilmar Mendes, e ainda lembrou que metade dos cargos no Ministério da Saúde são ocupados por militares.

Por outro lado, ministros militares divulgaram no início da tarde desta segunda-feira, 13, uma nota de repúdio contra Gilmar Mendes. Assinam a nota o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das três Forças, Edson Pujol (Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica). Uma outra já havia sido publicada no fim de semana.

Além da nota, a cúpula militar anunciou que está entrando com uma representação contra o ministro do STF na Procuradoria Geral da República (PGR).

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