Partido de Bolsolnaro depende do TSE permitir ‘tuiteleitor’

Por Fernando Brito, editor do TIJOLAÇO

Jair Bolsonaro deve lançar hoje o “seu partido”, que teria o nome de “Aliança pelo Brasil”.

Dada a capacidade do atual presidente de articular forças políticas não me perguntem com que será a tal “Aliança”, além de Eduardo, Flávio e Carlos, se este não estiver muito magoado com a perda da brincadeira das redes socais.

É melhor falar da viabilidade da coleta de 500 mil assinaturas e de sua verificação nos cartórios eleitorais.

Conduzido por Admar Gonzaga, que deixou o TSE e se tornou seu mentor jurídico-eleitoral, o atual presidente pretende enfiar goela abaixo da corte eleitoral um aplicativo de celular, que sua equipe estaria desenvolvendo para que os apoiadores da “Aliança pelo Bolsonaro” pudessem, como se estivessem “tuitando”, assinar com a digital sua adesão ao novo partido.

Veja, o tribunal, a esta altura, teria de aceitar como válida e segura a “assinatura digital” do eleitor a partir de um programa desenvolvido pelo próprio interessado, com uma dúvida para lá de razoável de que não estariam sendo usados os próprios bancos de digitais de instituições públicas ou privadas, nos quais, em grande parte, já constam nome e título de eleitor.

O homem que exige cédula impressa para reconhecer a legitimidade de eleições advoga que, para montar um partido, basta algo como um “like” de rede social.

A menos que aconteça algum milagre daqueles “nada santos” é improvável que o TSE embarque nessa, ou que mesmo fora da Justiça Eleitoral se faça proibir esta inédita “evolução” de encomenda.

O mais provável é que seja um estratagema para adiar a desfiliação formal de deputados e manter, tanto quanto possível, o controle de parte (a parlamentar, inclusive) do PSL.

Aliás, pela repercussão que tem o tal “novo partido” já dá para ver que, ao menos por enquanto, não é de verdade.

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