A verdade de Joice Hasselmann e as milícias de Bolsonaro

A deputada disse ainda que chegou ao limite na relação com os filhos de Bolsonaro

Crédito: Reprodução/TV Cultura
A deputada Joice Hasselmann

Por: Gilberto Dimenstein

Joice Hasselmann está fazendo um bom trabalho ao revelar detalhes das milícias digitais de Jair Bolsonaro, responsável por assassinar reputações.

É uma bomba para a CPI da Fake News.

Em entrevista ao UOL antes de gravar o programa “Roda Viva”, da TV Cultura, a parlamentar disse que os filhos do presidente Jair Bolsonaro mantêm uma rede de fake News com 1.500 perfis falsos nas redes sociais.

“Não é só fake news, mas também campanhas de difamação”, disse Joice, que anunciou que fará uma denúncia ao Ministério Público e apresentará queixa na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados.

“Não vou ficar apanhando e ficar quieta.”

Mas a verdade é que ela apenas se incomodou com as milícias quando passou a ser vítima.

Até então, silêncio.

Pior: ela usava os mesmos recursos das milícias, atacando levianamente reputações e usando seus canais nas redes sociais e até então aliados nas milícias como Allan dos Santos, do site Terá Livre.

Joice disseminou mentiras contra mim. Disse, por exemplo, que sou ativista comunista, em meio a xingamentos com “verme”, “vagabundo”, “velho nojento”–e daí para baixo.

Pedi provas de que eu seria ativista comunista. Nenhuma resposta.

Na falta de uma retratação, tive que apelar para a Justiça: Joice teve de tirar os posts do ar.

Resumindo: ótimo que a deputada desvende as milícias.

Mas não engulo o papel de vítima paladina da moralidade.

Se estivesse na liderança do governo e com apoio para ser candidata a prefeitura de São Paulo, estaria calada –e quem sabe usando as milícias digitais.

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