Por Fernando Brito editor do TIJOLAÇO
Depois de dez dias de confrontos com a população, o Governo do Equador cedeu e anunciou que revogará o Decreto 883, que reajustou em 123% o preço dos combustíveis.
Houve festa nas ruas, mas ainda com um imenso clima de desconfiança, pois não estão claros os termos do texto que substituirá o decreto revogado.
A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador divulgou, na madrugada, um alerta de que o compromisso de Lenín Moreno foi a derrubada do decreto e que nada estará terminado enquanto o o novo decreto, ainda não publicado, não comprovar que as medidas de arrocho foram revogadas, de fato.
O controle militar de Quito, a capital de fato do país, não foi suspenso.
Politicamente, porém, a derrota do governo foi cabal.
O “Fora Moreno” continuou a ser o grito mais ouvido nos festejos de rua.
Dificilmente o presidente conseguirá equilibrar-se até o final de seu mandato, depois de ter conduzido o país a uma situação de confronto que transformou o Equador em campo de batalha.
Desmoralizado assim, não terá condições de seguir a política de arrocho que exige seu acordo com o FMI.