Os bolsoditadura e o Supremo

Por Fernando Brito no TIJOLAÇO

Francamente, é de rir a notícia de que ministros do Supremo Tribunal Federal tenham se espantado com a pesquisa do site jurídico Jota.info de que a maioria (54,9%) dos simpatizantes de Jair Bolsonaro – os que acham seu governo “ótimo” – acham que o governo poderia fechar a corte suprema e que mesmo entre os mais “light”, que o classificam como “bom”, estes sejam 42,7%.

Será que suas excelências acharam que, ao se tornarem uma corte dobrável, sem decoro, cheia de pavonices e dócil seriam respeitados? Será que abrindo caminho para a ascensão do autoritarismo seriam preservados como um cristal?

O Supremo tem no exame do pedido de suspeição de Sérgio Moro a última chance de afirmar sua sobernia.

Se, de novo, acovardar-se às pressões da mídia e da extrema direita que se lixa para o descumprimento das leis quando se trata de obter a hegemonia política, vai abrir caminho para que Jair Bolsonaro indique dois brucutus que, definitivamente, transformem a corte em seu “puxadinho”, ainda mais com o rodízio que levará para sua presidência a abjeta figura de Luiz Fux.

Um tribunal que aceita, sem rebelar-se que o filho do presidente da República diga que não é preciso mais que “um cabo e um soldado” para fechá-lo e deixa tudo barato na base de “me desculpe pelo excesso” não pode e não vai ser respeitado pelos “bolsoditadores”.

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