E, se em vez de cocaína, fosse uma dinamite? Demita-se, general Heleno

Por Fernando Brito no TIJOLAÇO

Não vou culpar, é óbvio, o presidente Jair Bolsonaro por um ter sido encontrados 39 kg de cocaína com um dos integrantes de sua equipe de segurança militar, transportadas no avião reserva da Presidência.  Nem ficar imaginando o que se diria se a presidência, hoje, fosse de Lula ou Dilma.

Mas ao general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional, a quem caberiam os controles relativos ao staff de uma aeronave que serve ao presidente, vou  chamá-lo de incompetente e incapaz, porque é dele a responsabilidade – inclusive nas viagens – pela segurança presidencial.

Quase 40 quilos de pó não são um pequeno volume, que pudesse ter escapado ao controle, Coloco aí em cima uma fota de apreensão de quantidade semelhante, em malas, que foram apreendidas pela Polícia Federal no Aeroporto Santos Dumont, há cinco anos, acondicionados em malas de viagem, para que você tenha ideia do volume.

É evidente  o  que um volume assim de explosivos poderia fazer. Não importa se é Jair, José ou Antônio o presidente, apenas uma destas malas, com TNT ou outro tipo de detonantes, transferida para os porões do avião presidencial poderia derrubá-lo sem possibilidades de controlar os danos de uma explosão.  Bastaria pedir para “quebrarem o galho” e passar umas quantas malas para a aeronave principal, alegando problemas de peso ou de horário.

Que tipo de segurança está sendo provido pelo imenso contingente de agentes e militares dedicado a isso, no Planalto?

Pior ainda, houve a atuação de uma quadrilha com acesso ao aparelho, porque ninguém pode acreditar que um sargento do Exército tenha cacife para traficar, sozinho, drogas que valem, na Europa, mais de 11 milhões de dólares, ou R$ 40 milhões. E que não se arriscariam colocar este valor imenso em cocaína num avião presidencial se não tivessem a certeza de que havia completa desídia quanto ao que se embarcava no aparelho. Ou de que havia cúmplices para garantir o embarque sem verificação.

O general Augusto Heleno, que tem tempo e energia para dar “chiliques” pedindo a prisão perpétua para Lula, não tem capacidade para cuidar do que é sua missão?

Em um governo sério, Heleno já estaria convidado a pedir o boné, ou o quepe.

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