Doria trai Bolsonaro e toma o lugar dele no jantar de gala do Museu de História Natural de Nova York

A revista Época conta que, na falta de Bolsonaro, escorraçado de Nova York, quem falou no jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, no Museu de História Natural de Nova York, nesta quarta-feira, 15, foi João Doria.

O gestor, que já traiu seu padrinho Geraldo Alckmin, e que sonha com a presidência em 2020, não se importou em aproveitar a oportunidade para trair também Bolsonaro, enquanto o presidente vagava a esmo, com o deputado Hélio Negão, sem agenda, por Dallas.

Na noite de quarta-feira, um líder brasileiro discursou sob a icônica baleia de 25 metros do Museu de História Natural de Nova York. Mas não foi o presidente Jair Bolsonaro (PSL), cuja previsão de receber uma homenagem no local levou à direção do museu a cancelar o jantar de gala da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, estopim de uma sequência de polêmicas que levou o governo a trocar a viagem à maior cidade americana por uma ida ao Texas. O discurso foi do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).

Esse episódio retrata o diferente momento em que os dois líderes brasileiros vivem em suas respectivas jornadas aos Estados Unidos. Mais que isso, sinaliza um possível cenário para as eleições presidenciais de 2022, já que Doria é um dos cotados para o pleito. Diante de plateia de empresários, Doria tratou de diferenciar-se de seu virtual concorrente, embora ainda se apresente como aliado do presidente. Ao menos em um evento fechado, na série de encontros que teve em Nova York Doria classificou-se como um político de “centro-direita” e disse que Bolsonaro é “extrema-direita”.

Ao substituir o presidente na premiação da Câmara de Comércio, na noite de terça-feira, Doria fez um discurso pregando a tolerância e o diálogo. Embora os dois sigam como aliados, principalmente na pauta econômica, o governador tenta reforçar as diferenças que existem entre ambos. Como também prega uma agenda econômica liberal, o discurso de Doria agradou os investidores estrangeiros, que não escondem que para seus negócios não é bom um ambiente político conturbado.

Diferentemente do que ocorreu na época do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff — quando era candidato à prefeitura de São Paulo e pregava abertamente a destituição da petista e criticava durante o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva —, agora Doria tenta mostrar-se como um político moderado. Sua defesa enfática da troca de poder turbinou sua primeira campanha eleitoral, vencida diante de um oponente do PT, o ex-ministro Fernando Haddad. Mas a empresários americanos disse que “pode-se gostar ou não do presidente Jair Bolsonaro, mas ele foi eleito pelo voto popular e isso é algo soberano que precisa ser respeitado”.

Fonte: DCM

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