“Temer tem que aceitar seu destino de ser Sarney”, diz filósofo à BBC Brasil

Em entrevista à BBC Brasil, o filósofo Marcos Nobre, professor livre-docente da Unicamp e autor de uma das mais importantes teses sobre o emedebismo, afirmou que Michel Temer tem que aceitar destino de ser Sarney para não correr risco de ser retirado da Presidência da República, antes de concluir mandato.

Página 2 – Em entrevista à BBC Brasil, o filósofo Marcos Nobre, professor livre-docente da Unicamp e autor de uma das mais importantes teses sobre o emedebismo, afirmou que Michel Temer tem que aceitar destino de ser Sarney para não correr risco de ser retirado da Presidência da República, antes de concluir mandato.

”Ele (Temer) tem que aceitar seu destino de ser Sarney, é a última chance que ele tem de se recolher à sua insignificância.”, disse.

Para Nobre, a única chance de Temer concluir o mandato é deixar de gerar crises. “Ou o Temer aceita que é Sarney, submerge e não atrapalha mais, ou o sistema político não vai segurar a onda e ele vai cair.”

Ao comentar a indicação de Henrique Meireles como pré-candidato do MDB, o filósofo diz que se Temer insistir no protagonismo, vai cair.

Segundo ele, da pacificação dessa situação do Temer depende a unificação da centro-direita.

Sobre o fim do governo, o filósofo afirmou que Temer vai precisar de gente que mantenha a gestão andando num nível mínimo, morno. “A equipe não pode ter atitude ousada, é a saída Maílson da Nóbrega (ministro da Fazenda do governo Sarney que assumiu prometendo fazer uma “política econômica arroz com feijão” em meio à crise). É tocar o dia a dia até o final do mandato e deixar a eleição acontecer”.

Na interpretação de Marcos Nobre, a greve dos caminhoneiros demonstrou que a sociedade brasileira adotou uma estratégia quase suicida para demonstrar que o descontentamento com o sistema político e a condução do país é ainda mais intenso do que nas manifestações de junho de 2013. “Na minha hipótese, isso vai até o limite do estrangulamento, mas não estrangula, porque senão o movimento perde o apoio social que tem.”, avalia.

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