Por Ed Wilson Araújo
O xadrez da eleição de 2018 vem colocando o governador Flávio Dino (PCdoB) diante de uma encruzilhada para a composição da chapa majoritária.
As cobiçadas vagas do Senado, até agora, são pleiteadas por seres estranhos ao sentido de mudança no Maranhão: os deputados federais Weverton Rocha (PDT), Waldir Maranhão (PP) e José Reinaldo Tavares (PSB).
Se optar por qualquer um destes, o governador pode repetir os dissabores da experiência de Roberto Rocha (PSB), eleito senador em 2014 nas costas de Flávio Dino, mas desde que assumiu o mandato vem sendo o principal adversário do governador.
Rocha, Maranhão e Tavares são apenas aliados táticos que não agregam valor conceitual à expectativa de mudança no Maranhão.
Os valores deles são originários de caciquismo político, a exemplo do poderoso chefão do PDT, Weverton Rocha.
Candidatura ao Senado de fato, alinhado ideologicamente ao governador, é Bira do Pindaré (PSB).
Ele é sempre lembrado, mas a conjuntura nacional colocou o PSB fora do eixo no cenário nacional. Os socialistas, aliados do PT e do PCdoB desde 1989, embarcaram na onda de ataques ao PT e no impeachment de Dilma Roussef.
No governo Michel Temer (PMDB), durante a votação das reformas trabalhista e previdenciária, o PSB sentiu o desconforto de apoiar medidas contra os direitos dos trabalhadores.
Resultado: o PSB está fazendo o caminho de volta, realinhando-se ao campo democrático-popular. A legenda perdeu parlamentares tocados pelo tilintar das moedas do Palácio do Planalto.
Mas, por outro lado, há um processo de depuração no partido. Os deputados que ficaram e a direção nacional bateram o martelo para abandonar a base de Michel Temer.
Os reflexos do novo posicionamento do PSB nacional, no Maranhão, foram imediatos. O partido até então controlado por Roberto Rocha impedia qualquer tentativa de candidatura majoritária de Bira.
Esse cenário mudou desde a semana passada, quando a direção nacional socialista destituiu do diretório municipal do PSB de São Luís o ex-vereador Roberto Rocha Junior, filho do coronel-senador Roberto Rocha
Após este episódio, a legenda em São Luís está mais afinada com Bira. Para completar, o governador Flávio Dino visitou ontem, em Brasília, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira.
A visita pode ser um sinal para construir a candidatura progressista ao Senado. E dar ao governador a chance de compor a chapa majoritária com o sentido mais próximo da expectativa de mudança geracional e ética no Maranhão.
Trocar João Alberto (PMDB) e Edison Lobão (PMDB) por Waldir Maranhão e Weverton Rocha não serve para nada. E pode até piorar as coisas.