O complexo de parasita do PMDB

Ed Wilson Araújo

A propaganda eleitoral do PMDB, veiculada hoje à noite, não poderia ter um desfecho mais medíocre.

Sozinho, mudo, em um hall envidraçado de Brasília, o presidente interino Michel Temer contempla o futuro carregado de uma certeza – ele está na lama da História.

Sujo em frente e verso, Michel Temer é a fotografia amarelada do PMDB, legenda com uma incrível vocação para o parasitismo da República.

Do mandato presidencial de José Sarney até Michel Temer, o PMDB se transformou em um enorme sanguessuga da política, hospedado em todos os governos, sangrando o Brasil.

Trata-se de um animal político nocivo a qualquer partido que assumir a cadeira principal do Palácio do Planalto.

Assim, o PMDB parasitou os oito anos do governo de FHC e os 12 anos do PT.

Qualquer que seja o governo, fica refém dos interesses clientelistas do PMDB, sedento e insaciável por cargos, favores, dinheiro público e todo tipo de práticas nocivas à República.

De tão alimentado pela corrupção, o parasitismo do PMDB elevou-se à condição de matar seu hospedeiro e ser ele próprio o organismo principal.

Assim, depois de usufruir de todas as benesses do PT ao longo de 12 anos, o PMDB operou a cassação de Dilma Roussef na expectativa de que assumiria o protagonismo nacional.

Feito o trabalho sujo, o PMDB caiu na própria armadilha. O governo Michel Temer transformou-se em um abrigo de bandidos e balcão de negócios do foro privilegiado.

No governo em crise econômica e ética, Michel Temer é odiado pelo povo e está cercado de traidores, com a cabeça a prêmio no julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Os ratos começam a abandonar o porão do navio a pique. E o velho PMDB, carcomido pela podridão do poder, sequer tem candidato a presidente em 2018.

Resta, apenas, voltar humilhado a ser o que sempre foi – um parasita de qualquer que seja o governo.

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