Punidas pelo sexo: a olímpica e a congressete

Por Xico Sá


Duas mulheres; uma injustiça e meia. As duas perderam a vez pelo mesmo motivo moralista: o sexo.

Defendo uma por inteiro. Defendo a outra pela metade.

Comecemos pela meia-defesa: Denise Leitão Rocha (aí acima bem à vontade na foto do Facebook), a ex-assessora jurídica parlamentar do senador Ciro Nogueira (PP/PI).

Nogueira, como os amigos piauienses sabem, não tem lá essa reserva moral toda. O membro da CPI do Cachoeira demitiu a congressete depois que um vídeo de sexo da moça -com um suposto namorado- vazou na rede.

Vivemos a era do suposto. O suposto ladrão. O suposto amante. O suposto escândalo. O suposto jornalismo.

A garota é amiga de sua excelência o deputado Romário (PSB-RJ). Ponto a favor. A garota quer subir na vida. Nada contra. A garota pode até ser oportunista qual o ex-atacante na área e ter cavado uma capa de “Playboy” como quem busca um pênalti .

O oportunismo, reza a cartilha liberal, é um princípio limpo, legalíssimo.

A ironia é ser demitida por um simples, livre e prazeroso ato sexual em meio à sacanagem explícita do Congresso.

Se a moça é uma “mexerica” ou não, o errado é quem a contrata. Não a julgo por isso.

“Mexerica”, como tratamos aqui neste antigo post do blog, é um tipo de gostosa-padrão contratada pelos parlamentares, em cargos de confiança, para enfeitar o gabinete, livre de expedientes mais pesados, se é que você me entende.

Denise não leva minha defesa completa. Cargo de confiança não é crime, mas da forma que é feita no Congresso, tenho -para ser educado- imensas dúvidas.

Não é de toda inocente, mas jamais a julgaria pela saudável prática caliente do sexo.

No caso de Iziane não. Tremenda injustiça ser cortada da seleção feminina de basquete na véspera da Olimpíada.

A acusação: dormiu com um namorado no tour da equipe pela França. Um rapaz, pelo que se sabe, até ligado ao mundo esportivo e à vida dos atletas. Em que isso comprometeria o desempenho da moça em futuras jornadas na quadra?

A atleta maranhense foi sacaneada.

Ah, descumpriu as regras, argumentam os chefes da menina. Aposto que acordou mais feliz, naquele clima romântico francês, e disposta a ser a grande jogadora de sempre.

Duvido que cortassem um macho, em quaisquer esporte olímpico, em ocasião semelhante!

O amigo há de argumentar: é uma atleta problemática. Conta outra. Então para quê convocaram? Caretismo.

E você, amigo(a), como julga?

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