Membros da CPT Maranhão são ameçados por fazendeiro na porta do Forum em Cantanhede

Blog do Bóis

O fazendeiro Edmilson Pontes de Araújo ameaçou nesta terça-feira,26, o advogado Diogo Cabral e o Padre Inaldo Serejo, ambos pertencentes à Comissão Pastoral da Terra no Maranhão, em frente ao Forum de Cantanhede, município situado a 200 quilômetros de São Luíos. O padre Serejo é coordenador estadual da CPT Maranhão.
Os dois se deslocaram até Cantanhede para participar de audiência preliminar sobre o processo onde trabalhadores rurais quilombolas de Salgado, município de Pirapemas, acusam fazendeiros da regiãod e promover terrorismo.
Os quilombolas travam desde 1981 uma luta renhida pela terra com os fazendeiros Edmilson Pontes de Araújo, Moisés Sotero e Ivanilson Ponte de Araújo.
No ano passado os fazenderam ingressaram com ação de manutenção de posse das terras em conflito. Os trabalhadores rurais acusam os fazendeiros de destruição das roças, matanças de animais, destruição de mata de reserva, obstrução do acesso às fontes de água, além da ameaça constante de morte.
Segundo Diogo Cabral, em 7 de outubro de 2010, após audiência de justificação prévia, foi concedida manutenção de posse em favor dos quilombolas numa area de 1.089 hectares. A reação dos fazendeiros veio através de incêndios criminosos.
O juiz substituto Frederico Feitosa decidiu em favor dos fazendeiros numa ação de reintegração de posse. Relata Cabral que a decisão saiu em exatos 24 minutos, no dia 6 de julho, desconsiderando a audição das partes. No dia seguinte o advogado agravou a decisão, tornando-a sem efeito no dia 18 de julho.
O advogado conta que o fazendeiro Edmilson Pontes de Araujo esbravejava na porta do fórum, dizendo ser “um absurdo gente de fora trazer problema para o povoado, que era uma vergonha criar quilombo onde nunca teve nada disso”. Pontes de Araújo se referia diretamente ao agente da CPT Marti Micha, alemão naturalizado brasileiro. “É por isso que a gente tem que passar o fogo de vez em quando, que nem fizeram com a irmã Doroty (missionária norte-americana assassinada no Pará)”, vaticinou o fazendeiro.

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