Bruno Senna assina com a Honda e ‘aposenta’ Barrichello

Do UOL EsporteEm São Paulo
Uma novela que começou nos testes coletivos em novembro do ano passado e parecia ter terminado quando a Honda anunciou o fim dos investimentos na Fórmula 1 chegou ao final com uma volta por cima a favor de Bruno Senna. Com a ajuda de pelo menos um de seus patrocinadores, o brasileiro assinou contrato de três anos com o espólio, de acordo com o jornal brasileiro Folha de S.Paulo e a revista italiana Autosprint. Ele já deverá estar alinhado no grid do Grande Prêmio da Austrália, no dia 29 de março.
Bruno ocupará a vaga que era de Rubens Barrichello, acabando com as esperanças do veterano em continuar na Fórmula 1. Ele vai correr ao lado do britânico Jenson Button. Os dois vão participar dos únicos testes da equipe na pré-temporada, que acontecem entre os dias 9 e 12 de março, em Barcelona. Logo em seguida, eles embarcam para a Austrália a fim de se adaptarem ao fuso-horário.A informação foi confirmada em matéria de Fábio Seixas na Folha de S. Paulo desta segunda-feira, e o próprio Bruno deu entrevista à revista italiana Autosprint já falando como piloto da Honda: “Com certeza, será um grande desafio. Nos últimos anos, nenhum piloto estreou com tão pouca quilometragem. Vou andar de 1.000 km a 1.200 km antes da primeira corrida. Mas é melhor começar na F-1 assim, de uma maneira difícil, do que ficar fora. Como não será por uma equipe de ponta, a pressão será menor”.Aos 25 anos, Bruno chega à Fórmula 1 após uma carreira meteórica e devolve o sobrenome Senna à categoria após 15 anos. Kartista na infância, afastou-se das pistas desde a morte do tio em 1994, e cursava administração de empresas até 2004. Voltou ao esporte incentivado pelo ex-piloto Gehrard Berger, que arrumou uma vaga para o brasileiro na F-BMW inglesa.Depois, vieram os bons resultados na F-3 inglesa que o levaram para a GP2. O vice-campeonato em 2008 chamou a atenção da Honda. Chegou a testar pela equipe japonesa antes da indefinição gerada pela saída da montadora da categoria devido à crise. Apesar de tudo, Bruno será o terceiro brasileiro na Fórmula 1.
A definição da permanência do espólio no grid veio com a ajuda da Embratel, patrocinadora de Bruno Senna, que vai ajudar a equipe a disputar a temporada 2009 junto com a FOM, holding financeira comandada por Bernie Ecclestone, e da Mercedes Benz, que fornecerá motores e câmbios. Ao longo do ano, a equipe buscará um comprador.Ainda em entrevista à Autosprint, Bruno explicou porque não chegou a um acerto com a Toro Rosso: “Durante o inverno europeu, quando conversamos sobre o assunto, tive a impressão que a Toro Rosso estava mais interessada em sobreviver do que construir algo útil para o futuro”, criticou Bruno.O brasileiro disse estar acostumado a esse tipo de expectativa, mas não quer carregar a pressão de ter seu nome associado ao tio Ayrton: “Muitas pessoas acham que eu estou aqui apenas por causa do meu nome ou do dinheiro dos patrocinadores. Não posso anular isso, mas não posso ser vítima de uma comparação improvável”, analisou.
“E não é uma comparação dessas que vai interferir no meu resultado na pista, pois estava quase com 20 anos quando resolvi competir. Somos diferentes: Ayrton é meu tio e não tenho a obrigação moral de repetir o que ele fez e conquistar os mesmos resultados”, completou.A confirmação de Bruno automaticamente anula as chances de Rubens Barrichello continuar na Fórmula 1. Todas as vagas para a temporada estão fechadas, e o veterano ficou de fora. Ele é dono do recorde de 268 corridas disputadas, com nove vitórias, 13 poles e 15 voltas mais rápidas. Barrichello negocia com a equipe Vogel para disputar a próxima temporada da Stock Car.

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