Grupo Sarney tenta recomposição com Lula após traição no impeachment de Dilma Roussef

Ed Wilson Araújo – Eleitor mais importante do Maranhão, onde sempre teve votações recorde, Lula voltou a ser cortejado pela eventual candidata ao governo, Roseana Sarney (PMDB), em oposição ao governador Flávio Dino (PCdoB). Ela declarou em uma rede social que está “com Lula” e manifestou apoio à campanha “Lula Livre”.

A corte de Roseana a Lula foi repudiada pelos petistas “raiz” no Maranhão, aqueles que se recusaram a apoiar a aliança entre o PT e o PMDB nas eleições de 2010 e 2014.

No fundo, a tentativa de reaproximação com Lula é um misto de oportunismo e desespero explícito do grupo liderado por José Sarney. A chance de Lula apoiar Roseana no Maranhão é quase zero.

Não é que Lula não queira. Ele até nutre profunda simpatia e preferência por José Sarney. A dificuldade da aliança PT/Sarney em 2018 no Maranhão é o cenário nacional, visto que os petistas e o PMDB estão em atrito desde o golpe que levou Michel Temer à presidência.

A aliança Roseana/Lula também está inviabilizada devido ao posicionamento da bancada federal do Maranhão no impeachment de Dilma Roussef (PT), quando os deputados e senadores sob influência de José Sarney votaram a favor da degola petista.

O PT nacional não perdoa essa traição, considerando que nos governos petistas José Sarney foi um dos principais beneficiários, em detrimento de aliados históricos da chamada esquerda.

Lula, sendo candidato, vai declarar apoio à reeleição do governador Flávio Dino (PCdoB). Impossível não fazê-lo, visto que o comunista foi o principal “advogado” de Dilma Roussef durante o impeachment e segue militando na defesa de Lula Livre.

A relação nacional entre o PT e o PCdoB chegou a ser abalada quando Flávio Dino sinalizou apoio ao presidenciável Ciro Gomes (PDT), fato considerado uma heresia pelos petistas, que não admitem abrir mão da candidatura de Lula.

Depois, Flávio Dino e o PT contornaram a crise e tudo parece caminhar para um acerto entre os comandos petista e comunista no circuito nacional, onde tudo é decidido.

Assim, tudo conspira para uma dobrada Lula/Dino em 2018 no Maranhão.

Roseana Sarney, percebendo as pesquisas que colocam Lula na liderança, tenta uma reaproximação muito difícil de ser concretizada.

Fora da máquina do Governo do Estado, onde sempre ganhou eleições com certa facilidade, o grupo Sarney ainda não tem a candidatura de Roseana consolidada.

Ela, nesta etapa da pré-campanha, é uma dúvida.

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