Monica e o filho João. Travessia foi uma ‘benção’, diz ela
Quando a van do Travessia chega perto de casa, elas prontamente se posicionam e, com os filhos já preparados, seguem acompanhando as viagens em busca da saúde e qualidade de vida. Acompanhantes nos veículos, nas consultas e disponíveis em tempo integral, as mães de usuários do serviço de transporte para pessoas com deficiência física e visual, criado pelo Governo do Maranhão, contam que o projeto ajudou muito as suas vidas.
“É tudo para nós. O Travessia foi um projeto que Deus colocou na nossa vida, uma benção”, diz Marilde Ferreira de Sousa, dona de casa e “mãe da Márcia”, como se definiu. A filha, que perdeu os movimentos das pernas por conta de depressão e ataques epilépticos, luta pela recuperação; e Dona Marilde acompanha tudo de perto.
“Não trabalho, cuido dela. É o bebê da nossa casa, o amor da nossa vida”, conta ela, que acompanha a filha de duas a três vezes em sessões de fisioterapia e hidroginástica.
Nos dias do Travessia, Marta e João contam com apoio fundamenta
Mônica Lopes da Silva, dona de casa e mãe do João, de 11 anos, também sempre está ao lado do filho nas consultas regulares ao nefrologista e fisioterapeutas. “Meus filhos são minha vida. Meu sustento. Quando a gente se torna mãe, os filhos da gente se tornam a vida da gente”, declara.
Desde uma queda há 5 anos, que atingiu o cérebro da criança, João precisa de acompanhamento médico regular, e o transporte era um dos desafios para Mônica: “Facilitou demais. É uma benção. A gente precisa muito e nem todas as famílias tem condição de pagar um táxi e é muito difícil pegar ônibus”.
Marta Telles Sousa também concorda: “Quando não é dia do Travessia, eu tenho que empurrar a cadeira daqui de casa até o Monte Castelo, o ônibus demora, a gente chega atrasado lá no Olho D’Água, na fisioterapia”.
Mãe do João Telles, de 17 anos, Marta mora no bairro da Liberdade e tem que superar ladeiras e a distância até a parada de ônibus mais próxima. O filho precisou da cadeira de rodas após um câncer no cérebro descoberto no ano passado. De lá para cá o Travessia tem sido um aliado na tarefa de levá-lo para a reabilitação: “Facilitou demais”.
Travessia
Criado em 2016, o serviço Travessia foi uma importante conquista para pessoas com deficiência. Cadeirantes e cegos têm acesso a transporte adaptado e gratuito em São Luís e Imperatriz.
Na capital, há uma modalidade do serviço voltada para crianças com microcefalia e outras doenças neurológicas; e até agora o Travessia já fez mais de 35 mil viagens. Já são mais de 1.500 usuários cadastrados no Maranhão.
Nos próximos meses outros seis municípios também receberão o serviço. Serão as cidades de Pinheiro, Bacabal, Presidente Dutra, Caxias, Timon e Açailândia.
Por Izabella Silveira
Fotos: Carlos Pereira
Fonte: Secap