Vice-governador Carlos Brandão promete recorrer à Justiça para manter o partido na base do governador Flávio Dino.
PAZ E AMOR entre comunista Flávio Dino e o tucano Carlos Brandão
Ed Wilson Araújo – O PSDB do Maranhão passa por uma crise semelhante à vivida pelo PT em 2010, quando os petistas decidiram apoiar Flávio Dino (PCdoB), mas a intervenção do Diretório Nacional obrigou a legenda a marchar com Roseana Sarney (PMDB).
Depois da intervenção, uma ala do partido criou o movimento Resistência Petista, que seguiu com Flávio Dino, desobedecendo à orientação do comando nacional do PT.
Em 2017, os tucanos do Maranhão passam por situação parecida, acentuada após o ingresso do senador Roberto Rocha no PSDB. Com apoio do ex-prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, o senador opera uma intervenção nacional no Maranhão.
Fato consumado. A intervenção vai garantir a candidatura de Roberto Rocha ao governo e um palanque maranhense à campanha presidencial do PSDB.
Os tucanos alinhados a Flávio Dino, a começar do vice-governador Carlos Brandão, esperneiam.
Bicudos palacianos prometem ir às barras da Justiça. “Já fizemos todos os processos administrativos, políticos e agora o terceiro é jurídico. Vai ser uma guerra. E estamos preparados”, assegurou Brandão.
DIFERENÇAS
Embora haja semelhanças entre os cenários do PT de 2010 e do PSDB de 2017, uma diferença é fundamental. A Resistência Petista se formou ainda na campanha, quando a eleição de Flávio Dino era incerta.
A Resistência Tucana ocorre dentro do governo Flávio Dino, desprovida de afinidade partidária, motivada unicamente pela comodidade dos cargos e expectativa da reeleição do governador.
Os tucanos do Palácio do Leões não vêem qualquer futuro na candidatura de Roberto Rocha.
Por isso preferem ficar com Flávio Dino, mesmo contrariando a direção nacional do PSDB.
É apenas uma questão de pragmatismo eleitoral e manutenção de cargos na máquina administrativa.